terça-feira, janeiro 23, 2007

ANTÔNIMOS

Me peguei pensando nas coisas que, de tão diferentes entre si, mas por versarem sobre o mesmo contexto, são tão difíceis de serem distinguidas umas das outras. Elaborei uma lista das que considerei mais difíceis, daquelas que mais se confundem em momentos que, ABSOLUTAMENTE não deveriam ser confundidas. Uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa!

- realidade X fantasia
- magreza X saúde
- paixão X tesão
- amor-próprio X auto-boicote
- admiração X idolatria
- orgulho próprio X medo
- moderação X restrição
- desejo X capricho
- amor X apego
- razão X racionalização
- desconfiança X paranóia
- amizade X carinho
- modelo X idealização
- intimidade X invasão
- dieta X regime
- orientação X manipulação
- cansaço X hipotireoidismo
- humildade X insegurança
- mudança X fuga
- atração X fixação
- segurança X arrogância
- ciúme X doença
- romantismo X ilusão
- preguiça X depressão
- fome X gula
- ambição X ganância
- criatividade X loucura
- realismo X amargura
- perfeccionismo X obsessão
- conforto X rotina
- cautela X Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- críticas X inveja

E, claro, como não poderia faltar, verdade... versus mentira!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

A VERDADE, A MENTIRA, E UM BLOG

Ter um blog não é nada fácil. Quem tem um sabe o quanto às vezes a gente tem medo de expor ali uma emoção, um medo, um sentimento, uma história.

Ter um blog não é nada mais do que projetar sua cabeça para fora, traduzir em palavras uma cacetada de sentimentos (muitas vezes por não ter uma outra opção), pra poder depois visualizá-los ali, já organizados, já com um sentido tendo sido dado. Um blog é um espelho.

Infelizmente, há quem diga que blog é exibicionismo. Há quem diga que é Big Brother, há quem chame de ridículo. Existem ainda aqueles que simplesmente não conseguem ser tão francos consigo mesmo para concretizar e botar em palavras coisas que, a princípio, só existem dentro de nós, e que não entendem que, muitas vezes, o que fica dentro de nós simplesmente não existe se não pode ser visualizado.

Penso que aqueles que acham tão fácil julgar, condenar e ainda botar uma pena de morte em cima de textos tão honestos e gentis, são simplesmente pessoas que absolutamente não têm coragem de olhar para dentro de si mesmos. Já dizia Freud que aquilo o que criticamos nos outros é o que mais odiamos em nós mesmos, e, geralmente, uma grande incapacidade de fazer igual. Pois acho que, aqueles que me julgam tanto por escrever aqui meus pensamentos, simplesmente não têm coragem de admitir para si mesmos os seus próprios sentimentos e reflexões, e que guardam em si um medo extremo de perda do auto-controle.

Botar sentimentos, pensamentos e ações em palavras escritas, registradas e publicadas, é a forma mais honesta e corajosa de compromisso, de assumir suas próprias atitudes. É quase que como lavrar em cartório aquilo que sente, é colocar de forma definitiva e concreta, e dizer ‘sim, é tudo verdade, é assim que me sinto, pode autenticar’. Num blog não existem segredos.

Infelizmente existem aqueles que não compreendem. E aqueles que julgam.

Um blog é um diário pessoal, e nada, nem ninguém, pode julgá-lo. Talvez se eu tivesse saco de escrever a mão, eu manteria um diário manuscrito, mas hoje, essa é forma que melhor se encaixa na minha vida, e além do mais, modéstia a parte, sei que escrever é uma arte, e o que é arte deve ser compartilhado.

Se querer compartilhar textos bem escritos - e aqui me falta modéstia novamente - for encarado como exibicionismo, como querer escancarar ao mundo histórias pessoais, então sinceramente não sei o que significa liberdade.

Se abrir minha cabeça e permitir que outros entrem e compartilhem, entrem e me ajudem, entre e opinem, é traição, então não sei mais o significado da palavra MENTIRA. E pelo visto, nem da palavra VERDADE.

Àqueles que não suportam a verdade, e preferem viver em um mundo de mentiras e comodismo, peço gentilmente que não adentrem este meu universo particular, fechem esta janela do seu browser, e gentilmente saiam, deixando que aqui a verdade se expresse, pois aqui não existe espaço para mentiras. E mentirosos e acomodados, mentirosos e covardes, mentirosos e inescrupulosos, simplesmente não são bem-vindos. Nem aqui, nem em minha vida.
A porta se fecha aqui, com um pedido mais do que sincero: RESPEITO é tudo o que se tem, portanto, por favor, respeitem, não julguem, e olhem mais para as próprias vidas antes de julgar a minha.

terça-feira, janeiro 16, 2007

A hora e a vez do Ziriguidum

Há bem pouco tempo, eu estava reclamando da chatice que são as comemorações de fim de ano. O verdadeiro porre que é a frase “Feliz Natal e Próspero Ano-Novo”, repetida aos potes a partir do dia 1º de dezembro, e sobre como a única coisa boa desta época é que é a única época do ano que vendem Chocotone. (Juro, depois do Reveillon, os Chocotones baixam de preço e a mulherada ataca, ignorando as calorias com a desculpa da promoção! Quando você vai ver, não restou um único item no mercado! Ok, em abril tem Colomba Pascal, mas Colomba Pascal não é igual a Chocotone e nem existe tipo mousse!)

Passado o fim do ano, já comecei a ouvir os rufares de tambores, anunciando o Carnaval.

Bah!

Carnaval pode ser lindo, os desfiles uma loucura e o sambão também é bem bão, mas ninguém pode dizer que esse clima meio febril de festa não chega a ser meio irritante. Principalmente quando se é mulher e somos bombardeadas por imagens de Globelezas lindas e de bundas incrivelmente duras, sem vestígios quaisquer de estrias ou celulites. Existe coisa mais irritante do que bunda dura?

Quem não gosta de cerveja então está fodido, pra usar um bom português carnavalesco. Se bem que estar fodido em pleno Carnaval é o que a maioria das pessoas mais quer, pois não é justamente nesta época do ano que se (re)iniciam as campanhas pelo sexo seguro, distribuição de camisinhas com embalagens festivas e avisos quanto ao Boa-Noite-Cinderela? No Carnaval tá tudo liberado, incluindo a bunda da sogra e comer a amiga da namorada.

Os adeptos do Axé então se esbaldam como nunca! É trio elétrico pra cá, Ivete Sangalo pra lá, abadás na Avenida Sete, cerveja quente caindo no seu pé e uma cotovelada com o braço direito pra afugentar os tarados. Virgem Santíssima! Uma delícia!

Há quem diga que o Carnaval é a época do pecado, e que só depois do Carnaval é que a vida começa de verdade e você pode se redimir das doideras cometidas naqueles idílicos 5 dias. Então surgem grandes mutirões de religiosos fazendo missas, rezas e retiros espirituais (que, sem ofensa, me parecem mais uma maneira de se defender da vontade pecaminosa de se render a uma boa caipirinha e à batucada de nossos tantãs, tão característicos!).

Uma coisa emocionante no Carnaval é a paixão das comunidades das escolas de samba. Mal acaba um Carnaval, e já estão criando novos sambas-enredo, novas fantasias e ensaiando novas paradinhas pra bateria. A vida dessa gente é a vitória de sua escola do coração, é a motivação pra fazerem mais e mais fantasias lotadas de penas de pássaros já quase inexistentes, mais e mais carros alegóricos brilhantes e criativos que pegam fogo um dia antes do desfile, e ganharem mais e mais dinheiro do tráfico ou do jogo-do-bicho. E é por isso que se tem uma coisa que eu adoro assistir é a atribuição de notas pras escolas após os desfiles. É lindo ver a cara dos dirigentes a cada sonoro “Deeeeeez!” dito pelos juízes, em cada uma das categorias.

É bem verdade que o Carnaval transmite a essência do povo brasileiro: sempre cantando, sambando e tomando caipirinha, independentemente do mundo e dos rumos políticos estarem uma bosta magnânima. Indo além, uma essência alegre, mas às vezes alegremente irritante e incômoda de tão exagerada e acomodada, porque, na verdade, todo mundo sabe muito bem que o Ano Novo só começa mesmo depois do Carnaval.

E até chegar ao Carnaval, sempre a mesma história:

“Depois do Carnaval paro de beber!”
“Depois do Carnaval paro de fumar!”
“Depois do Carnaval chega de trepar com a amiga da minha namorada!”
“Depois do Carnaval eu paro de mentir!”


E passado o Carnaval, dá-lhe Engov, Missa do Galo e muita dieta pra estar novamente em forma e em pureza após tantas bebemorações!

Que desça redondo! E ziriguidum!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

The end of the world

Por Skeeter Davis, pra você.


Why does the sun go on shining?
Why does the sea rush to shore?
Don't they know it's the end of the world,
'Cause you don't love me any more?

Why do the birds go on singing?
Why do the stars glow above?
Don't they know it's the end of the world.
It ended when I lost your love.

I wake up in the morning and I wonder,
Why everything's the same as it was.
I can't understand. No, I can't understand,
How life goes on the way it does.

Why does my heart go on beating?
Why do these eyes of mine cry?
Don't they know it's the end of the world.
It ended when you said goodbye.

Why does my heart go on beating?
Why do these eyes of mine cry?
Don't they know it's the end of the world.
It ended when you said goodbye.