sábado, março 28, 2009

Em vão?


Meu inconformismo não se cansa de gritar: como você pode se conformar? Como conseguiu ficar calado? Como pode escancarar sua covardia desta forma, sem lutar por nada daquilo que você um dia julgou importante? Como você pode não lutar por você mesmo?

Você se parece com tudo o que já criticou: é propaganda enganosa, que só consumidores de baixo QI ou cultura poderiam se deixar levar. Sua verdade é sua maior ofensa, seus valores são deturpados, suas rédeas são longas demais. Sua idoneidade é mentira.

Mais triste do que uma vida potencialmente digna ser vivida em vão, é observar a passividade e a omissão dos seres responsáveis (dizem!) pela própria felicidade. Mais triste ou revoltante do que ouvir suas palavras, é aceitar que você apenas assistiu passivamente, como um simples expectador, sem mover um músculo, enquanto eu saía de uma vez da sua vida.

quinta-feira, março 26, 2009

The tree hugger


Porque se aceitar é fundamental.

A flor disse
"Eu gostaria de ser uma árvore"
E a árvore disse
"Eu gostaria de poder ser um tipo diferente de árvore"

O gato desejava ser uma abelha
A tartaruga desejava poder voar
Bem alto no céu, do topo dos prédios
E mergulhar fundo no mar

E no mar mora um peixe
Um peixe com um desejo secreto
O desejo de ser um grande cactus
Com uma flor cor-de-rosa em cima

E a flor seria uma oferenda
De amor para o deserto
E o deserto, tão seco e solitário
Que todas as criaturas gostariam do esforço!

E a cobra disse
"Eu queria ter mãos para poder te abraçar como a um homem"
E o cactus disse
"Você não entende?
Minha pele é coberta por espinhos afiados
Que te furariam como mil facas!
Um abraço seria bom
Mas você pode abraçar minha flor,
Usando seus olhos"

segunda-feira, março 23, 2009

Deixa o mundo girar*


Minto no jogo da verdade por vaidade; saudade só quando sinto saudade – agora não minto. Sou sucinto ao dizer adeus pra alguém, pois se é adeus é pra sempre, volta não tem, amém. Poupa saliva e saúde, choro de crocodilo nem ilude, botei agulha e não pude, quase me fudi, burro - em pontas de facas dar murro. Nunca melhora, só cresce e piora, laços deteriora, dispenso juros de mora, tá tudo quitado, depois corre de lado a lado, águas passadas não movem moinhos mas já moveram um bocado. O tempo é relativo, e se é relativo é complicado. Me ensina o truque do tempo, da ampulheta a areia de dentro – que será que terei no futuro?, o passado não aguento. Uma hora é um ano, cinco minutos um mês; me dá três dias, maluco, que eu morro de vez. Será que aqui se faz, aqui se paga? Que nada, deixa no giro do mundo sua conta pendurada.

Deixa o mundo girar enquanto eu me viro, um dia é um giro, a cada giro mais eu piro. Confiro para não ferir aquilo a que refiro. Escolho o caminho certo, sei por onde trilho. Mostro o que sou, te dou o que posso te dar, conhecimento que a dor que tenho o tempo ocultará, e evoluirá, e aí irá passar, pois até a nossa morte a vida assustará. Terá que se acostumar, virar seu próprio bem, corpo a corpo, nunca desistir, sentir a força que viveu. E já que não morreu, faça como eu: recorro ao meu eu, recorra ao meu-eu seu. Entendeu?, então valeu, o J. esclareceu, na busca pra tentar mudar um pensamento seu (acho que deu), neste som positivo, unidos pra abolir da Terra o grande mal nocivo.
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*Por J. , rapper-poeta dos bons. Amigo querido e super talentoso :)

quinta-feira, março 19, 2009

Dois anos

Dois anos se passaram.

Dois anos se passaram e muita coisa mudou. Eu mudei e você também – hoje você exibe essa aliança no dedo. O brilho dourado do metal me informa sob o sol inclemente desta tarde de março: o tempo passou, e o que restou de nós dois ficou para trás.

Dois anos se passaram e nosso Carnaval acabou. Foram-se nossos bailes de máscaras. As ligações noturnas por fim também se foram. Os nossos olhares amadureceram. Não se cruzam mais, não sentem mais fome. Nossa admiração mútua nas velhas tardes de sol se encerraram: os nossos corpos não se tocam mais. Nossos desejos não combinam. Nossa história virou história.

Dois anos se passaram e é o fim de uma era. É o fim dos encontros por acaso em plena avenida, é o fim dos encontros propositais no meio do mar. É o fim dos diálogos entrecortados pela sua música, é o fim de você sentado ali na minha sala. É o fim do seu corpo por cima do meu.

Dois anos se foram. Seu terno branco endossa a passagem do tempo, enche de lágrimas as minhas memórias - e a sua assinatura naquele papel pardo, diante de nossos amigos, se contrapõe à realidade irrevogável e criminosa de dentro de mim: dois anos se passaram, e não houve um único dia sequer em que eu não me lembrasse de você.

terça-feira, março 17, 2009

Thicker than water


Ligue o som e aperte o play.

É no futuro que seu rosto se revela
No nosso presente, somente a memória
O que restou da nossa história
E daquela mesa de bar
Daquele show de blues
Da sua cama desfeita
Do nosso primeiro cinema
E do filme que não chegamos a ver
As tuas palavras chegam a mim
Dando uma trégua na nossa batalha
A nossa Guerra Fria
A nossa justiça tão falha
O nosso acordo tácito
Essa distância ridícula
A nossa sede contida
Nessas palavras educadas
Elas velam o nosso rancor
A mágoa pela sua verdade
A sua maior prova de 'amor'
Que hoje me desperta saudade
Da sua barba por fazer
Dos abraços por receber
Do seu violão dedilhado
Da sua voz no escuro
Do meu coração machucado
E as fantasias sobre o futuro
Meu olhar continua impuro
Quando penso em você
Tanto tempo se passou
Sem a gente se ver
Onde anda você
Já nem importa mais
Sinto nos ombros o vento
E a mensagem que ele me traz:
Nossa ampulheta não marca o tempo
E sim a falta que você me faz
Nossa alma é perene
Nossa intenção já foi pura
Nossa despedida, solene
Não dizem que o tempo cura?
Se somente o autêntico dura
É essa a maior das maldades:
Nosso passado está nas lembranças
E nosso futuro, nas possibilidades.

segunda-feira, março 16, 2009

De bode!



Eu ando tão de bode do ser humano que tenho pensado em concordar com o que diz Schopenhauer: feliz é o homem que consegue evitar a maioria de seus semelhantes.

Mas como eu, que sempre me considerei uma apaixonada pelo ser humano, poderia concordar com uma afirmação dessas? Teria eu perdido o gosto pela convivência humana básica? Estaria eu viciada na minha própria solidão? Ou será que perdi a fé na humanidade?

Eu ando tão, mas tão bodiada das pessoas em geral, que tenho passado grande parte do meu tempo sozinha – o que posso afirmar que tem sido mil vezes mais gratificante do que conviver com a maioria das pessoas. E quando eu paro para analisar quantas das pessoas que me circundam me oferecem o mínimo que espero, dá vontade de chorar.

Todas as pessoas se dizem honestas, virtuososas e de bom coração. Quase todas elas se dizem generosas e espiritualizadas. Muitas se orgulham de como são com amigos e família. Mas pare por um momento para observar uma conversa trivial e você verá que, na verdade, quem escuta está louco para que o outro pare logo de falar, para que ele possa finalmente dar vazão à sua própria diarréia verbal: quanto está ganhando, onde passou as últimas férias de verão, com quem foi a última trepada, qual o carrão que está comprando, qual o restaurante fa-bu-lo-so que foi semana passada, que livro super cult está lendo.

Praticamente ninguém escuta de verdade. Praticamente ninguém sente verdadeira empatia pelo que o outro sofre. Todos estão, a bem da verdade, rezando para que você melhore logo e possa voltar a ser a pessoa bonachona e risonha de sempre – foda-se a que custo. Por trás de todo sorriso fofinho, parece ter segundas e terceiras intenções.

Ao longo da minha vida, segurei inúmeras barras de incontáveis pessoas. Não é por acaso que virei psicóloga – acho que eu sempre tive mais facilidade para falar coisas que realmente façam algum sentido para quem está em sofrimento, ou pelo menos mais sentido do que “Foda, vai passar”. Claro que é foda, claro que vai passar. Mas seria ótimo escutar alguma coisa mais consistente, só para variar um pouco.

E depois de segurar a bronca de tanta gente, e aí sim é ironia, eu paro pra pensar e me pego me perguntando: quem segura a minha? Quem aguenta a minha barra? Quem consegue dar conta de me escutar sem dizer “puxa, sabe que eu também, uma vez...”. Foda-se sua vez, esta é a minha. Alguém consegue escutar?

Com o tempo, percebo que deixei de verdadeiramente me abrir. Quase sempre prevejo que não vou ser realmente escutada e fico, quando não totalmente quieta, apenas no superficial – me broxa. Salvo raríssimas exceções, minhas relações cotidianas se transformaram em verdadeiros palcos de circo onde eu, com um reluzente nariz de palhaço, acoplo um megafone ao meu ouvido e pronto: virei o ouvido do mundo. Senhoras e senhores, abram alas para suas logorréias, tem para todos!

Quem faz rir o palhaço? Quem escuta o analista além de, óbviamente, seu próprio terapeuta? Quem guardará os guardiões?

Não, a humanidade não está pronta para verdadeiramente empatizar com seus semelhantes. O ser humano não consegue enxergar no outro o espelho de si mesmo e abrir mão de um pouco de sua arrogância para estender a mão ao seu vizinho. A honestidade e a sinceridade das relações foram massacradas ao longo dos séculos pelo egoísmo e pela prepotência.

Tudo isso chega a ser um tanto patético. A verdade é que, como diz amigo meu, estamos cercados de comédia, o que me lembra mais uma vez Schopenhauer:

“Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo. É como uma gota d’água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários. Achamos muita graça em como eles se agitam e lutam entre si. Aqui, no curto período da vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico.”

O ser humano, de engraçado, ficou frustrante. Tão frustrante que parei de pensar que o problema está somente nas minhas expectativas: o mundo é muito egoísta e eu já estou farta de tentar ver em cor-de rosa algo que, em sua grande maioria, tá cheio de pontos pretos.

Talvez seja apenas o meu aniversário, ou talvez seja um restinho de inferno astral. Admito que isso me deixa chata pra caralho – mesmo tendo tido uma festinha fantástica (que figurará aqui cedo ou tarde). Mas o que quer que seja, a situação não muda: minhas orelhas estão doendo de tanto escutar, e minha garganta raspa e aperta com tanta coisa que eu ainda tenho a dizer.

É foda, foda pra caralho. Parem o mundo, pelamordedeus – eu quero mesmo descer.

quinta-feira, março 12, 2009

Premissa: verdade

Hoje, na Mundo Mundano.


Nos últimos tempos, andei pregando por aí o meu gosto pela verdade.

Na minha vida, a honestidade e a total transparência têm sido indispensáveis, e funcionam mais ou menos como um norte a ser seguido: enquanto estou no caminho da verdade, sei que estou na direção correta.

As meias-verdades, muito mais do que as mentiras, me deixam um gosto amargo na boca. Antes de mais nada, considero as mentiras uma atitude de desrespeito com o próximo. No caso de meias-verdades, a situação é ainda pior: trata-se de uma tentativa de mascarar a realidade, de manipular seus elementos visando um benefício que não existiria de outra forma. Em muitos aspectos, considero as meias-verdades ainda mais terríveis do que as mentiras em seu estado bruto. Meias-verdades são o ápice da dissimulação.

Para meu desgosto, tenho percebido a dificuldade que as pessoas (ou pelo menos 99% delas) têm em lidar com a verdade. Não apenas em ouvir a verdade, mas em dizê-la. Tem gente que diz que é por tentar poupar o próximo de alguma coisa desagradável. Tem gente que diz que tem medo de magoar. Tem gente que até assume que tem medo de se dar mal.

Ter medo é algo absolutamente normal e totalmente compreensível: não é nada gostoso nem simples dar más notícias a alguém. O receio de magoar é genuíno – quando nos importamos, não queremos causar dor ao outro. Querer poupar alguém pode ser até bonito de se ver, mas além de ser um desrespeito ao direito da pessoa em conhecer a verdade, é um tanto quanto arrogante – quem disse que o outro não agüenta?

Apesar de equivocado, tudo isso é bastante compreensível, com exceção, penso eu, da justificativa no medo em se prejudicar.

A responsabilidade pelas próprias atitudes é algo que defendo com unhas e dentes, não apenas pelo senso de responsabilidade em si, mas também por acreditar que também merecemos o crédito pelas nossas conquistas. Isso é algo que martelo incessantemente para meus pacientes, acostumados a olhar somente suas falhas – responsabilidade pelos erros, mérito pelos acertos.

Responsabilidade indica, necessariamente, a noção de escolha – somos responsáveis, pois escolhemos aquilo. Tivemos opções e, conscientes que somos, optamos. Esta é a noção fundamental que acredito faltar na maioria das pessoas: todo mundo se considera vítima das circunstâncias, e não admitir a própria responsabilidade significa recair, necessariamente, em mentiras.

Faltar com a verdade ao outro devido ao medo nada mais é do que a dificuldade em assumir, para si mesmo, as próprias responsabilidades. É muito mais fácil culpar o mundo, o universo ou o Dalai Lama pela atitude tomada – reconhecer as próprias falhas requer, fatalmente, que se admita a própria imperfeição. Mentir ao outro é mentir a si mesmo, é não ter convicção plena de suas verdades, suas crenças e posturas. É assumir, absolutamente, que não acredita em si mesmo. É encarar a própria verdade como a maior das ofensas.

Falar a verdade é um gesto de amor e respeito pelo próximo, e é um ato de amor-próprio dos mais evidentes. Os verdadeiros honrados, os fortes de caráter, os maduros de espírito, assumem suas verdades sem se deixarem paralisar pelo medo, e sem sentirem pena de si mesmos: nada neste mundo é perfeito, e é justamente na nossa falha existência humana que encontramos as verdadeiras belezas da vida, assim como as dores e as delícias de ser quem se é.

terça-feira, março 10, 2009

Orgia literária

Super ok, momento confesso: eu tenho mesmo um problema com livros. E você com isso?

Estimulada pelo vencimento iminente dos vales da Livraria Cultura que o Landão me deu de Natal, lá fui eu dar uma olhadinha nos últimos lançamentos. A desculpa era que eu queria um livro técnico de TCC, e que, juro, eu realmente comprei.

Mas é foda. É foda pra caralho ver todos aqueles livros novinhos, com cheiro de tinta, com lindas capas e milhares de histórias para me contar, e sair de mãos semi-vazias.

Então eu admiti o problema e me deliciei em mais alguns novos títulos, devidamente incluídos na minha PELO (Pilha Eterna de Leituras Obrigatórias).

Então nesse instante, figuram na PELO A Ignorância e Risíveis Amores, do Kundera, iniciados e abandonados temporariamente; Retratos de Amor, do Rubem Alves; O mundo de Sofia, do Gaarder; Filosofia em Comum; da Márcia Tiburi, também semi-lido, Cem sonetos de Amor, do Pablo Neruda, meio abandonado. E hoje, integram a pilha, orgulhosamente, Histórias Extraordinárias, do Edgar Allan Poe; Eu sou o mensageiro, do Markus Zusak; e O menino do pijama listrado, do John Boyne, que a Veja pos na lista dos mais vendidos mas que disseram ser uma bosta (não resisti à capa).

Ah, não, eu não estou esquecendo o livro técnico. Terapia Cognitivo-Comportamental para problemas psiquiátricos, do Hawton, tá bonitinho na mesa do consultório, assim como Os desafios da terapia, do Yalon.

O problema é que eu tenho tanta, mas tanta coisa pra fazer, que não sei nem quando vou poder começar. Mas que tô ansiosa, tô. A graça da minha vida é diretamente proporcional ao tamanho da minha pilha de livros!

Thanks ao Landão pela orgia literária :)

Post Scriptum: Em tempo! Meu primeiro texto na Mundo Mundano vai ser publicado nessa sexta e fala sobre sinceridade. Acessem, leiam e comentem, comentem!

domingo, março 08, 2009

o 4º elemento


... e logo eu, que digo não esperar tanto dos outros, me peguei a esperar as três coisas mais difíceis do mundo: o respeito, a humildade e a sinceridade. E foi assim, exercitando a minha própria humildade, que atingi o ápice de minha arrogância – virei as costas para um sentimento para o qual também fechei os olhos.

E foi logo você, no auge da sua simplicidade, que me levou embora a certeza de que a humanidade é confiável e que quem a corrompe são alguns poucos homens pobres de espírito, envenenados de soberba e ganância. Foi assim, simples assim, que você levou embora tudo o que me esforcei tanto para acreditar.

E foi logo conosco – quem um dia iria dizer? – que eu descobri o quarto e mais importante elemento que falta a tantos seres humanos; o item que faltava e que por tanto tempo não percebi, pelo qual tanto me frustrei, por ser ainda mais difícil de encontrar do que os três primeiros: a pró-atividade. É verdade, não seria qualquer atitude sua que me faria sorrir, mas acredite, seria legal ver você tentando.

quinta-feira, março 05, 2009

Confesso:



quarta-feira, março 04, 2009

Vai passar?

Dizem por aí que só se cresce pela dor ou pelo amor.

Mas o que dizer quando a dor provém justamente do amor? Existe garantia de crescimento? Ou pode o sofrimento se tornar obsoleto? A bem da verdade, todo sofrimento traz aprendizado dentro de si?

A maioria das dores da vida é marcada pelas perdas. Elas fazem constantemente parte de nós: mortes, separações, viagens, mudanças. Perdemos, a todo momento, alguma coisa que mantinha a estabilidade e que perpetuava o status quo. Perdemos pessoas, empregos, dinheiro, aviões, lugares. Por vezes, perdemos a nós mesmos.

Dentre todas as coisas, papéis e pessoas que perdemos, não há perda mais sofrida do que nossas esperanças. Perder a esperança é perder a fé no futuro, é abrir mão da crença na efemeridade das coisas: é perpetuar um sentimento ou situação até o limite do suportável.

O sofrimento só é tolerável quando acreditamos que aquilo tem prazo de validade – o famoso “vai passar” é a bóia jogada ao afogado, que projeta no futuro a ausência da dor que experimenta. E é por isso que perder a esperança é perder tudo, é acreditar que a situação de sofrimento, outrora exceção, virou uma constante, se consolidou como um padrão. E o futuro, que um dia fora imaginado como um desafoga-e-respira, se torna indubitavelmente, a repetição eterna do dia de hoje.

Seria aí que um coração acaba por tornar-se, por fim, calejado? Quando cessam todas as esperanças de uma mudança do cenário emocional, seria aí que as pessoas entregam o jogo, jogam a toalha, desistem da luta, e se rendem à depressão, à ansiedade, ao medo, ao desconforto emocional? Ou seria justamente neste ponto que os que são virtuosos de espírito encontram a energia necessária para dar partida, mais ou vez, no motor de arranque? Por fim, quais seriam os fatores de que depende uma pessoa entregar-se ou causar uma reviravolta em sua vida?

Crer na possibilidade de experienciar bons momentos novamente parece ser o fator fundamental para dar a volta por cima, e reconhecer que cada momento da vida é conseqüência de escolhas pessoais é imprescindível. Assumir a responsabilidade pelo caminho trilhado é o ingrediente mais importante dessa mistura: sem isso, a vitimização se torna inevitável, jogando qualquer um para o fundo do poço.

Levantar a cabeça e assumir tanto o mérito pelas conquistas, quanto a responsabilidade pelas derrotas – eis o que diferencia aquele que toma as rédeas de sua felicidade nas mãos do resto das pessoas. Sair da condição de vítima das circunstâncias e parar de justificar no medo a falta de evolução pessoal é o que pode melhor definir o caráter daquele que verdadeiramente quer ser feliz, e é algo que só se aprende sofrendo.

O estado de felicidade não depende verdadeiramente da realidade ao redor de nós – esta pode ser, por vezes, cruel e difícil. A verdade é que o olhar e a esperança de cada um de nós é que irá definir se o copo está meio cheio, meio vazio, ou se é apenas e tão somente duas vezes maior do que deveria ser.

terça-feira, março 03, 2009

Oração ao Mestre

Mestre Ascencionado Lanto, Chohan do segundo raio

Mestre Divino, não irei murmurar. Não irei sangrar palavras que um dia se dissolverão. Aprendi a duras penas a medir os termos do meu coração, pois tudo é efêmero, tudo passa, e apenas o Amor se eterniza.

Eu agradeço a ti, Mestre, pelas respostas que pedi. Agradeço pela manifestação de tudo aquilo que eu havia questionado, pedindo que me trouxesse orientação. Agradeço pelas portas da minha visão terem se aberto tão amorosamente. Agradeço por evitar o desperdício e a doação de bens tão valiosos quanto o amor-próprio e o respeito pela humanidade. Mestre, te agradeço especialmente a proteção em também não ter violado a carne, para não decorrer no físico a frustração mental.

Divino Mestre, ajuda-me a compreender as limitações humanas, enxergando no outro o espelho de mim mesma. Ajuda-me a ter compaixão e solidariedade, não infestando de mágoas meu peito, nem deixando-me invadir por lembranças cruas de um passado doloroso. Orienta-me a distinguir o que é passado, não contaminando experiências presentes com vislumbres do que já se foi.

Dê-me sabedoria para não usar de julgamentos, evitando assim ser injusta ou tendenciosa. Que eu tenha serenidade para me perdoar e perdoar ao outro quantas vezes se fizer necessário, mantendo meu coração sempre em alegre exaltação espiritual.

segunda-feira, março 02, 2009

Ok, next.*


Receiving a text message at 3.00 am can be damn good. But it can also be pretty bad when you suddenly realize that it wasn´t for you: he switched your phone number. You better turn your phone off after midnight - it might be disgusting to know, like a slap on your face, that the person that you have been seeing in the past 4 weeks was spending the night with another woman.

Ok, no big deal – if he wasn’t the guy that you finally decided to give a chance. Before that, you have been very clear to the Universe: you don´t want bad guys anymore. This one seemed to be really nice, tender, handsome, a good friend. You believed him. You´ve bet all your emotional-money on him, and you could swear to the Gods: this man will never hurt you.

But he did. What you most feared finally happened: you gave a shot, and it failed. How keep trying over and over, when all your beliefs are teared apart? How can you get together the tinny little parts of the hope to get enchanted again by someone that is not your parents, or maybe your shrink?

That´s fine. It just happened. And, probably, it isn´t the first, and neither the last time, that someone will break your heart. Just another guy, another scene, tearing you apart. You love, you get hurt, and then you keep moving.

Ok, next.

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*Mais da filosofia-ok-next aqui.