quarta-feira, setembro 08, 2010

(des)equilíbrio

De vez em quando eu sinto vontade de gritar. Gritar assim bem alto, que é pro mundo inteiro perceber que alguma coisa ainda acontece aqui dentro. Mas sendo de raiva, alegria, tristeza ou inconformismo, eu me contenho bem a tempo de só gemer bem baixinho, às vezes em forma de risinhos ridículos para comemorar grandes feitos, às vezes apenas um sorriso para oficializar a serenidade, vez em quando um suspiro de resignação, um bufo de raiva perfeitamente controlada. Era pra ser assim? O equilíbrio então é isso? Não ser frio, nem mesmo quente, ser morno a ponto de realmente quase vomitar? Eu, que sempre defendi os meios-termos, o bom-senso e os tons de cinza, assim num quê de solicitude, acabei por me conformar em não celebrar as grandes conquistas, nem espernear os grandes revezes. Como me disseram uma vez, o certo talvez seja ser egoísta: me refestelar em banquetes, nem aí para quem passa fome; sofrer minhas agruras como se fossem as piores sobre a face do planeta; me sentir a pessoa mais importante não apenas do meu universo, mas de todos os existentes – tudo isso sob o falso pretexto do altruísmo: eu mesma feliz ajuda o mundo a ser feliz. Talvez seja simplesmente saudade dos dramas, talvez seja minha dificuldade de ficar em paz com a paz, talvez seja só a vontade de gritar que se tem de dominar a partir da meia-noite, embora eu o faça sempre. Pode ser simplesmente vontade de viver intensamente, mas hoje, e somente por hoje, eu tenho que admitir: esse coisa de equilíbrio nunca durou muito pra mim. Me sinto apenas e tão somente uma versão entendiante de mim mesma.

terça-feira, setembro 07, 2010

Mudando

É preciso ter muito cuidado quando se tem o ilusório desejo de mudar o passado.

É preciso lembrar: muda-se uma única coisa, e todo o resto também será modificado.

Algumas coisa devem simplesmente permanecer como estão...