segunda-feira, agosto 31, 2009

Here comes the sun!


Tem gente que não liga muito, mas pra mim faz a maior diferença: nada me anima mais do que um dia de sol. Especialmente se for de fim de semana, embora seja igualmente muito melhor trabalhar num dia de sol do que com um tempo cinza como estava.

O inverno deste ano me pareceu mais longo, mais frio e mais chuvoso do que o habitual. Ta, talvez somente em relação ao do ano passado (não lembro do inverno de 2007), mas ouvi muita gente reclamar da mesma coisa. Eu lembrava que, nesta mesma época do ano, no ano passado, já tava rolando um calorzinho bacana, e eu tava realmente ficando deprimida com aquelas garoas tipicamente paulistanas.

Mas não! A primavera está aí, o sol ainda existe e já ta dando pra abandonar os sapatos fechados e recolocar os vestidinhos frescos e fofos do verão. Melhor ainda: ta dando pra sair ardendo da praia após algumas míseras horinhas de sol sem ter reaplicado o protetor. Maravilha!

Agora começa aquela época fantástica em que a gente retoma as viagens pra praia religiosamente todo final de semana, vai preparando a pele pro verão, come menos, emagrece e tem mais vontade de sair de casa e expor a figura na Medina. Fica todo mundo mais feliz, relaxado, bonito, aquecido.

Chega das noites intermináveis de solidão invernal nas quais tudo o que se quer fazer é ficar deitado em meio aos edredons.

Viva o verão, o sol e o calor humano!

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Não? Não tá todo mundo mais feliz? Hm, então devo ser eu ;)

sexta-feira, agosto 28, 2009

Done


Tem horas que abandonar o jogo é a forma mais honrada de vencê-lo.

segunda-feira, agosto 24, 2009

excessos


O fim de semana foi ok.

Showzinho do Effe sexta-feira num barzinho, acompanhada de um bando de doidinhas; feijuca da Mama ocupando todo o sábado, com direito a pança lotada e desconforto abdominal; curso de make-up no domingo seguido de rombo na conta bancária e cervejas além do necessário na hora de assistir o jogo do Timão, que acabou não passando na TV, o que significou: “Ok, garçom, NEXT!”.

O domingão acabou às 23h30 e eu estava derrubada na cama assistindo Bridget Jones. A voz da maquiadora que deu o curso veio na minha cabeça: “Sempre retire os excessos”. Ok, ela falava de pó compacto a mais no pincel. Mas eu pensei em outros excessos.

O fim de semana foi TODO excessos. Excesso de barulho e cerveja na sexta, me causando dor de cabeça no sábado. Excesso de comida no sábado, me roubando o bem estar do domingo. Excesso de euforia (e mais cerveja) no domingo, me causando ressaca moral.

Sempre retire os excessos”.

O meu excesso foi causado pela falta. A ausência gera sintomas imediatos de abstinência e me leva à compulsão. Me excedi física e emocionalmente, sem a menor sombra de dúvida, em todos os sentidos da palavra. Os sentimentos eram todos excessivos: muita ansiedade, muita desconfiança. Saudade até as tampas. Raiva e carinho ao mesmo tempo. Insegurança.

Com a segunda-feira, tem início também uma limpeza geral. Ordem na casa.

Não gostei de mim mesma excessiva assim, sinto que me violei, perdi o controle, saí da linha. Meu corpo sentiu o desgaste de noites mal-dormidas e de comida e bebida além do desejável; minha mente e meu coração estão intoxicados pela batalha eterna entre razão e emoção.

Vou transbordando de lembranças. Memórias em demasia - a ausência catalisa o que sentimos.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Vai se F%$&*#@!


Quem me conhece sabe: o mesmo tanto que eu sou diplomática, eu sou extremista. E como aqui é lugar de desabafo, eu resolvi soltar mesmo o verbo: a última reportagem da Veja São Paulo me deixou ARRASADA.

Primeiro, é que eu odeio a Veja. Depois, se liga na matéria: “Profissão Mendigo”. Ao que parece, ser mendigo agora virou uma 'opção', e tem até neguim que se finge de paralítico pra tirar uma grana. Ok, é claro que eu já tinha ouvido falar sobre esse tipo de palhaçada, mas ter visto as fotos do velho andando bem bonitão empurrando a cadeira de rodas me deu ânsia de vômito.

A tal da velhinha da reportagem, que fica na esquina pedindo uma grana, faz compra toda semana no Pão de Açúcar, que nem eu freqüento. Eu que ralo todo santo dia, que estudei pra caralho pra ter um trampo, eu faço compra naquela merda de Futurama, que eu já acho caro.

O outro maluco pendura um cartaz religioso no pescoço e paga pau de santo, apelando pras crenças das pessoas. Depois enrola o cartaz debaixo do braço, saca o celular do bolso e faz uma ligação. Tranquilo - pode enganar que Deus perdoa, apaga o pecado rezando pra santa! Filho da puta, vai tomar no cu!

É escroto que, hoje em dia, ser solidário é a mesma coisa que ser OTÁRIO. É foda ver gente apelando pro nosso sentimento de compaixão pra tirar toda a vantagem que puder. No fim do mês você ainda recebe ligação da Televida pedindo sua contribuição pra ajudar criança soropositiva e... vai lá, trouxa, solta aí mais vintão! Se tem criança mesmo naquela merda você nunca vai saber mesmo.

Eu sempre achei que esse papo era conspiratório demais, mas foi foda ter visto as evidências. Nunca me senti tão otária na vida. Deu vontade de pegar o tal velhote e encher ele de porrada até ele ficar MESMO paralítico.

Foda. Ter vontade de bater num velhote não é bem um sentimento nobre. Vou então quebrar a cara do repórter da Veja por ter esfregado na minha cara essa realidade de merda.

Como diz um amigo meu, tamos cercados de comédia. E comédia é mato!

Foda-se. Vou meditar.

terça-feira, agosto 18, 2009

ansiedade, feminino e aula experimental


Quando cheguei no estúdio da Elis Pinheiro, por volta das 17h20, meu coração estava praticamente saindo pela boca. Já tinha trocado SMS com a Luli, já tinha praticado a respiração diafragmática, já tinha descatastrofizado o pensamento, mas nada tinha adiantado: eu ia ter minha primeira aula de Dança do Ventre e estava mega ansiosa!

Mil coisas passaram na minha cabeça: desde a minha dificuldade em interagir em ambientes novos até mesmo como minha barriga pareceria na hora que eu a balançasse pra lá e pra cá. E vamos combinar: imaginar nosso abdômen se curvando como uma minhoca não produz nenhum efeito relaxante...

Eu cheguei lá e a primeira impressão foi ótima, desde o jeitinho do estúdio até mesmo a simpatia da recepcionista Natália, com a qual eu vinha trocando emails quase que diários. E quando eu conheci a professora Layla tratei de relaxar geral: aquela tampinha de 1,50m, toda tatuada, com um cabelo vermelho na bunda não poderia ser assim tão aterrorizante!

As surpresas só foram aumentando: a Layla é uma fofa e por causa da chuva que caiu bem às 5 da tarde, a aluna que estava programada pra ir junto ficou presa no trânsito, o que significou que eu tive a Layla só pra mim durante 1 hora e meia. Simplesmente TUDO o que uma pessoa tímida, ansiosa e paranóica como eu poderia querer. Valeu, Universo!

Os movimentos são difíceis, mas graças a Deus, alguns não tão difíceis quanto outros. A professora teve toda a paciência do mundo e, no final da aula, até que me elogiou. Segundo ela, eu já tenho “consciência corporal”. Hm. Pelo menos a corporal eu tenho! Eeee!

Fazer os “oitos” com os quadris foi difícil, mas no final da aula eu já não me sentia tão patética. Não posso negar que em alguns momentos, queria sumir dali. Sair correndo gritando, dando socos no ar, que é algo bem mais fácil e que eu já sei fazer. Mas como eu vinha refletindo por aqui, se não fosse tão difícil exercitar meu feminino, também não seria tão necessário. E lembrar disso, de que só estava sendo FODA porque realmente precisava ser praticado, foi o que me sustentou ali durante aquela aula.

Resumo da ópera: AMEI! Semana que vem vou fazer mais uma aula experimental, com outra professora e num outro horário. Aí decido e começo de verdade! O Projeto Mulherzinha 2009 está com tudo! Com direito a lombar dolorida, Amr Diab no som do carro e mensagens de texto românticas sendo salvas no chip do celular!

Salamalleykum!

sexta-feira, agosto 14, 2009

Síntese



Dizem que quando um ser humano se encanta, ele fica assim, abobalhado.

Dizem também que, quando o coração fala, a boca silencia.

E também dizem por aí que é tão comum esquecer o rosto da pessoa pela qual você está interessada...

Basta então dizer que, enquanto todos os sinais se mostram amarelos e o passado rodeia meu caminho, eu ando assim meio boba, assim meio calada, e nem sequer me lembro ao certo do rosto deste tal que me encantou... :)


“Por favor não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu
Ciumento, exigente, inseguro, carente,
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há o que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito, amor.”
(Mario Quintana)

quarta-feira, agosto 12, 2009

hora de parar?


Das coisas mais difíceis desta vida, a que continua me impressionando é a enorme dificuldade que os seres humanos possuem de distinguir entre um teste de perseverança e uma segunda chance.

Quando é hora de entender de uma vez por todas que uma determinada coisa não irá funcionar, que não importa o quanto você possa tentar, o quanto você possa querer, a coisa está inevitavelmente fadada ao fracasso?

E quando é hora de largar o osso, esquecer o orgulho, e arriscar novamente, colocando em risco toda a esperança do acreditar, mas numa sincera tentativa de fazer valer a pena?

Quando é que, afinal, um sinal amarelo significa “freie, não dá mais”, e quando é que ele realmente diz “se você acelerar agora, ainda dá tempo”?Do que depende, por fim, nossa tendência por um ou outro lado? Seríamos ingênuos ao acreditar que “vai ser desta vez”? Seríamos derrotistas por não tentar novamente? Estamos realmente convencidos do derradeiro fim daquilo que já morreu dentro de nós?

Quando é, afinal, a hora de parar?

Creio que, em última análise, o Eterno Retorno continuará a retornar, enquanto as dúvidas do âmago do nosso ser continuarem a borbulhar...

sábado, agosto 08, 2009

waste of make-up

In fact, it really was...

segunda-feira, agosto 03, 2009

perdão

Para J.


Revirei minhas memórias em busca de nós dois. Isso nunca me fez bem. Vasculhei minhas lembranças tentando resgatar esse mínimo de mim, tarefa ingrata. Olhei as nossas fotos. Ali, escondidas nas pastas ocultas do PC, jaziam elas, esperando que um dia pudessem ser novamente admiradas, livres de toda a mágoa.

Respirei fundo pra continuar nesse caminho sem volta de apagar você. Ali estávamos nós, sorrindo diante do que o futuro, esse cruel, nos reservava. Olha nossos olhos – os verdes e os azuis, zombando da realidade. As palmeiras, a areia e o mar, fazendo coro: aqui somos felizes. Ah, que se a gente imaginasse o quanto a realidade ia por isso nos castigar.

Voltei as vistas para aquela, aquela uma em particular em que nos flagraram nos mirando. Naquele olhar eu percebi que foi tudo de verdade, gostei de você e você gostou de mim, embora tão efêmero. Jamais houvera a intenção de machucar. Naquele instante acreditei: não houve nenhum vilão e nenhum mocinho, nunca houveram os culpados que eu cismei em acusar.

Éramos só nós, seres humanos imperfeitos nessa arte desengonçada de se relacionar. As fotos mais recentes traziam olhos diferentes, que já previam o final e já viviam nosso luto. Sorri ao perceber que nosso olhar já não olhava a câmera – olhava pra dentro de nós dois, tentando se perdoar.

Já faz tempo,
E já é hora,
O ressentimento foi embora,
Deixou saudade em seu lugar.

sábado, agosto 01, 2009

Luta


Quando a campainha toca e começa a luta, todo o resto perde o sentido. Nada do que acontece lá fora faz mais a menor diferença. Um lutador costuma agir por instinto, jamais com a razão. Quem entra numa luta entra pra ganhar – perder não é uma opção. Vale à pena estudar o adversário antes, vale à pena revisar nossos erros técnicos. Vale à pena rever nosso portfólio - tem tantas lutas que não foram ganhas porque ficamos inseguros demais para ganhar e cravamos nossa derrota; teve luta que ganhamos porque, a bem da verdade, o outro não era tão bom assim e só por isso parecemos ser superiores aos olhos alheios.

Ganhar ou perder não tem a ver com ser melhor ou pior. A gente tem que ser durão sim, e não se intimidar com o passado aparentemente invicto do adversário, mas se a gente usar o coração e enxergar o outro com respeito e afeto, tudo fica mais leve – quem luta de verdade jamais sobe no ringue pra brigar, e sim pra se divertir. Suar, gingar, fazer um jogo de pernas. Jamais ficar em posição em que nosso equilíbrio fique comprometido, nunca, jamais, dar um passo longo demais que desestabilize o nosso eixo. Saber mexer bem a cintura, saber manter o nível da respiração constante pra acompanhar o ritmo do oponente. Não se trata de apenas se defender o tempo inteiro - tem que ter agilidade pra prever os movimentos alheios, tem que ser flexível para se esquivar, tem que ser rijo o bastante pra que o golpe que entrar não te leve à lona de uma vez. É preciso ter serenidade pra que o baque do momento não te leve a nocaute.

Quem nunca apanhou na vida não tem a menor chance. A ingenuidade arruína a destreza de qualquer lutador. É preciso assumir riscos e tentar novos movimentos, mesmo que isso abra chance pro azar. Aquele que teme as cordas está fadado ao fracasso, mas quem já se apoiou nelas sabe que ali pode ser um bom lugar para virar o jogo. Todo lutador deve ser amigo das cordas, amigo da lona, amigo dos golpes – a diferença entre um vencedor e um perdedor é que o vencedor já perdeu e superou; o perdedor é aquele que teme a derrota.

Ter medo de se relacionar é natural e inevitável. Ninguém disse que esse jogo da vida seria muito fácil. Os nós dos dedos já estão marcados, a pele já está meio roxa, as pernas querem parar. As cicatrizes são inevitáveis e os minutos do relógio continuam correndo. Finalmente entendi que alguém sempre sairá machucado quando se trata de amar, mas neste momento de solidão tudo o que eu quero é apenas ver o round acabar, encerrar este jogo, baixar a minha guarda e cumprimentar meu oponente. Eu quero parar de lutar, pendurar minhas luvas e descer do ringue, para então, com muita leveza, sair por aí e dançar.