Os apaixonados que me desculpem, mas a paixão é uma coisa estranha!
Já me referi aqui mesmo neste blog sobre a origem da palavra paixão: vem de pathos, que no latim (ou no grego??) quer dizer “doença”. Portanto, não me olhem torto: minha estranheza quando à paixão tem embasamento teórico!
Pois, confesso: acho estranho demais.
Já pararam pra reparar de verdade, assim, com atenção, numa pessoa apaixonada? O olhar? As caras? A expressão corporal? O súbito otimismo que a acomete?
Estou numa fase totalmente inversa ao que sempre aconteceu: enquanto que, durante muito tempo, eu era sempre a que estava namorando, hoje quase todas as minhas amigas estão namorando e eu solteira, e enquanto elas estão assim, profundamente apaixonadas, eu ando meio que assexuada. Então eu ando mais sucetível a olhar a paixão de uma forma, eu diria, desapaixonada (me perdoem o trocadilho).
Paro pra prestar atenção ao que meus amigos e amigas apaixonadas dizem, e é incrível notar que existem traços, aspectos, características tão comuns entre todos eles... o olhar, as caras, a expressão corporal, como já disse. Mas uma outra coisa me chamou muito a atenção: a comunicação dos amantes. O jeito de falar. E a linguagem toda específica que dois apaixonados usam para se comunicar.
É impressionante.
É um tal de “amor” pra cá, “gordinho” pra lá (e olha que são magros, os dois!), e teve até uma amiga minha – que vai me matar quando ler isso aqui – que chegava ao ponto de chamar o ex namorado de baby-môr. E ela era a baby-môr dele. E os dois dormiam na baby-lândia, que servia tanto pra designar o quarto dele como o dela. Outra amiga minha chamava o namorado de “Gudju”, assim, fazendo beicinho do tipo gugu-dadá. Um amigo meu chama a namorada de “mái lóve”, escreve cartas que começam exatamente assim, “Minha linda mái lóve”.
Eu mesma já cheguei ao ponto de chamar ex namorado de Xinico, eu era a Xipinimilica (ai!), nós comíamos “fão de fecho” toda sexta e íamos no sábado à “Ficha Fãchi”.
Tradução? Pão de Queijo. Pizza Hut...................................
Ai, era tão lindo ouvir ele dizer “Xini... eu xampo!” (é claro que isso foi na época que eu estava apaixonada. Depois disso o Xinico virou “aquele-maldito” e eu jurei que nunca mais “xamparia” ninguém nessa vida!). Outro namorado meu me chamava de “pepecinho”, e não, não é erro de digitação. Era PePeCinho, um bebê pequenininho falado de um jeito engraçadinho. O shortcut era “pepê”. Opa! Péra lá!
O mais engraçado é que, quando o apaixonado se desapaixona, as gírias-fofas sempre viram motivo de auto-deboche e de vergonha profunda, daquelas que a gente sente mesmo quando está sozinha e se olha no espelho. Ai, que se pudesse voltar no tempo chamaria o rapaz pelo nome e se bobear pelo sobrenome! Bate aquela ressaca total de “como fui ridícula, devia estar doente”, e aí eu chego à conclusão de que paixão realmente só pode ser doença. E das muito estranhas mesmo!
Isso sem falar no tom de voz usado quando os apaixonados conversam, um tom de voz do tipo “tô-quase-morrendo”, e nas brincadeirinhas bobas (pra não chamar de outra coisa) que rola entre um casal. Amiga minha dizia pro namorado: “Uxo, você já mediu a circunferência da sua pançona hoje??”, ao que o fora-de-forma rapaz respondia “Já, uxinha, 178 centímetros!”. E riam, e riam, felizes de estarem se chamando reciprocamente de gordões balofos. Sem serem.
Não sei se sou eu que estou fria e crítica quando ao amor (Amor? Paixão! Quem aqui falou em amor?!). Pode ser que no fundo eu esteja desesperada por um namorado, mas muito me orgulho das minhas amigas que conservam a maturidade e chamam os namorados pelos nomes ou no máximo por um apelido aceitável! Bato palmas, pois não é fácil! Orgulho das amigas que tenho! Que sejam todas felizes e casem, pois além de amá-las e de adorar seus namorados (os que conheço, claro), também amo e adoro um bom boca-livre!
E enquanto isso não acontece, e enquanto eu mesma não adoeço de paixão, só me resta mesmo comer um bom fão de fecho! E se marcar, até uma Ficha Fãchi!! Viva os carboidratos!!
nós e garganta
Há 12 anos
5 comentários:
Adorei... haha
Mas essa fase é muitooooo gostosa... boba talvez....
Hoje eu tenho meu vuko...vê se pode.. já temos apelidos.... hehe..
Beijossss......
hahahahahaha
essa figurinha do "amar é..." eu tinha num album!
lembra, lembra?
whatever... estar apaixonado é regressivo, mas bom demaaaaaaais!!!
Tornou isso publico?
Sem comentarios!
hehehe... demais, Nana! Demais e verdadeiro ao extremo... mas se apaixonar é bom... é sempre assim, apaixona-se, desapaixano-se, acha tudo ridículo e, depois de um tempo, sem perceber, já está apaixonando de novo por aí... e vidinhaaaaa!!!
Mil bjocasssss
Li seu texto por indicação de uma amiga..e realmente ele é oportuno, estou como vc, comendo só carboidratos mas feliz...e mais consciente do quero para minha vida..
Costumo chamar os homens pelos seus nomes..odeio apelidozinhos etc..rsrsrs
Seguindo seu blog muito bom!
beijo
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