terça-feira, março 30, 2010

MUDA, MUNDO, MUDA!!!



Quer mudar o mundo comigo?

Vai lá!

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Novidades, projetos, intervenções, relatos!

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quarta-feira, março 24, 2010

Bilhetes em meio a livros: Mudando o Mundo parte I



Há alguns meses atrás, tive uma epifania e decidi me engajar, de todas as formas possíveis, em mudar o mundo. Tá, pode parecer impossível, mas eu realmente resolvi que queria fazer alguma coisa a respeito, pelo menos fazer a minha parte e plantar uma sementinha de melhoria no mundo.

Eu pensei assim: se uma pessoa pode fazer algum bem, imagine 10? Imagine 100? E se TODO MUNDO fizesse uma, umazinha só, boa ação por dia? Bom, eu ia fazer alguma coisa e pronto, só precisava saber o que.

Ajudar no um-a-um me parecia pouco, até porque como psicóloga isso é o mínimo esperado, não é nada extra e tampouco surte um efeito em grande escala. Eu queria atingir várias pessoas de uma vez. De repente, plim!, descobri exatamente o que queria fazer. E hoje, orgulhosamente, eu anuncio que a parte I da intervenção social que eu planejei foi iniciada!

A idéia é na verdade muito simples: imagine que você vai comprar um livro em busca de algo para se inspirar, se distrair, ou de algo que te ajude de alguma forma. Aí você compra o livro e pans, encontra dentro dele um papelzinho escrito à mão: “Querido leitor: quem não sabe o que procura não reconhece quando encontra. Você sabe o que procura?”.

Num outro livro, você pode encontrar algo diferente: “Querido leitor: a mudança pode levar algum tempo. Portanto, comece AGORA! Nunca é tarde demais.” Ou “Querido leitor: se você continuar fazendo o que faz, terá sempre os mesmos resultados. Quer resultados diferentes? Faça algo diferente!”

No verso dos bilhetes há uma mensagem curta: “Gostou? Passe pra frente!”

Bolei mais ou menos 15 frases inspiradoras diferentes, todas convidando o leitor a uma reflexão rápida a respeito da felicidade e da qualidade de vida. Munida da certeza de que, dos 150 papeizinhos no meu bolso, ao menos 1 surtiria o efeito desejado, me convenci de que isso já era o bastante para que eu fosse à Livraria Cultura colocar o plano em prática.

Confesso que não foi fácil Os vendedores são extremamente simpáticos e queriam me ajudar o tempo todo, portanto foi difícil ficar sozinha por tempo suficiente para enfiar no meio das páginas do livro o bilhetinho-inspiração. Admito, teve hora que bateu um cagaço de ser pega, não consigo nem imaginar se isso é algum crime, se estava infringindo alguma norma e o que poderia ocorrer caso fosse flagrada.

Mas o risco valeu a pena... em mais ou menos 1 hora, consegui distribuir cerca de 20 bilhetinhos, o que é consideravelmente pouco mas também é o bastante pro teste-piloto. A média de 3 minutos por bilhetes é meio estatística mesmo, pois enquanto que nos lançamentos foi bem complicado pelo tanto de gente ao redor, na seção esotérica e de auto-ajuda foi baba.

Agora algumas dúvidas surgem: deveria eu colocar os bilhetes num tipo específico de livro? Será que isso tem a ver? Ou será que os best-sellers são melhores, pois atingem a massa mais rapidamente? O bilhete ser escrito a mão é realmente tão importante quanto eu achei a princípio, ou isso pode ser otimizado em função do tempo? Penso que outras questões irão surgir...

Outros 120 bilhetinhos estão prontíssimos aguardando sua vez, que deve ocorrer ainda neste final de semana. Novas frases estão sendo formuladas, mas é fato que uma só andorinha faz um verão bem meia-boca. Se 5 pessoas fizessem isso ao mesmo tempo, numa tarde de sábado, em uma hora 100 bilhetinhos seriam distribuídos, pra mais. Se cada pessoa resolvesse fazer algo semelhante na livraria do bairro, o movimento cresceria ainda mais. Isso poderia realmente se tornar revolucionário.

Fica aqui então o convite pra quem quiser ajudar a plantar sementinhas de amor e de cuidado para com o próximo. A ajuda vai ser bem-vinda não só pra mim, que não tenho como passar muito mais que uma hora na livraria, mas pra todo mundo que ler o bilhetinho e for tocado de alguma maneira.

Que a generosidade vai e volta, isso nem se discute. É simplesmente a lei da vida: faça o bem, e receberá o bem. Mas o ato de fazer o bem, de fazer algo em direção à mudança produz uma sensação de bem-estar incrível. Eu me senti maravilhosamente bem enquanto voltava pra casa, e de quebra ajudei uma fóbica a subir de elevador no último andar do meu prédio.

Contagiou. Não precisei de mais nada. Somente aquilo me fez feliz.

Bora?

segunda-feira, março 22, 2010

Casa própria



Ultimamente, motivada por sonhos recorrentes envolvendo casa-moradia-consultório só meus, me peguei interessada pelo caderno de imóveis do jornal, e vi em mim despertar o tão famoso sonho da casa própria.

A verdade é que venho mesmo refletindo sobre como, por que e quando realmente fazer os primeiros movimentos a respeito disso. Só que o principal fator – quanto - me faz quase cair pra trás cada vez que penso nisso.

Eu nunca imaginei sair de casa apenas quando casasse, até porque, nos dias de hoje, isso se torna cruelmente arriscado. Primeiro porque, assim como 90% da população feminina, eu não tenho a menor perspectiva de casar, pelo menos não nos próximos 2 anos. Segundo porque acredito piamente que a experiência da autonomia e independência plena é crucial para uma pessoa, esteja ela casada ou solteira.

Até pouco mais de um ano, eu tinha planos firmes, mas pouco objetivos, sobre sair de casa. Mas o tempo foi passando e me mostrando que eu dificilmente conseguiria manter o mesmo padrão de vida morando fora. Confesso que o vínculo relativamente recente que construí com a minha mãe também me desmotivou, não conseguia imaginar ficar sem ela. A idéia da solidão me assustava um pouco, o que me levou a pensar em descolar alguma roomie para morar comigo. E apesar disso tudo, eu tenho que admitir que o maior problema foi mesmo financeiro.

Olhar o caderno de imóveis só piora a situação! Nunca me senti tão distante de ter a minha casinha. A primeira página só traz aqueles mega apês, que custam de 1 milhão pra cima. Tinha um lá que custava 6 milhas, na Vila Nova Conceição. É claro que a minha realidade é outra, e que eu jamais procuraria uma cobertura, mas olhar as outras seções também não melhorou muito, o mais em conta custava tipo R$400.000,00.

Outro problema é que pouquíssimos anúncios trazem o valor do lugar, e eu realmente refleti sobre se deveria ir dar uma olhada naquelas casas que ficam em exposição, ou ligar pruma corretora só pra ter uma noção. Ou pra mentalizar positivamente, esse tipo de coisa.

Aí eu então entendi porque é que tanta gente ainda mora de aluguel. Eu não queria que fosse assim.

Na verdade eu nem to pensando seriamente em mudar de casa, mas ter esbarrado na questão foi um tanto quanto frustrante. O sonho da casa própria nunca esteve tão distante. Talvez eu deva descobrir como funciona o tal Carnê do Baú...

segunda-feira, março 15, 2010

É pique!


Dizem que aniversário tem tudo a ver com renovação de ciclos.

Eu até acho que tem mesmo. Nem que seja pelo ritual que é achar que mais um ano está começando agora... que seja simbólico, desde que eficaz.

Pra quem me perguntou se estou mais sábia aos 27 anos, nada melhor que mais uma historieta zen, tudo a ver com a renovação.

Às vezes, ser sábio é apenas e tão somente conseguir não ser estúpido.

Parabéns pra mim! E Namastê!


Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.

O Mestre, com muita tranqüilidade, falou:

- Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.

Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:

- Aqui está o problema!

Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?

Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ...Zapt!... destruiu tudo, com um só golpe.

Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse:

- Você é o novo Guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.

Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, deve ser suprimido.

Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam espaço num lugar indispensável para criar a vida.

Os orientais dizem:

“Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar fora o chá para, então, beber o vinho.”

Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.

Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua mente.

Vai ficar mais fácil ser feliz.

Por Roberto Shinyashiki


PS: Obrigada à Shirlei pelo texto vindo em tão boa hora!

PS2: Fica um alerta: já dizia o Sensei Jorge Kishikawa: historietas zen são o máximo, mas ser apenas um leitor de historietas zen é o maior dos perigos. Exercite!

quinta-feira, março 11, 2010

Para o Cairo e avante!



Habibis, não é que agora é oficial? O Projeto Mulherzinha está indo tão longe que assim, sem mais nem menos, de repente ele vai me levar pro outro lado do Atlântico, ali, logo ali na costa africana, no meio do deserto do Sahara!

Após conversar com o Omar, o árabe narigudão responsável pela trip pro Egito em junho, os ânimos se acenderam todos e as providências básicas estão começando a ser tomadas: renovação de passaporte, pesquisa de seguro viagem, pedido de cartão internacional, e olha que ainda faltam quase 100 dias pra viagem!

O roteiro é incrível, fazendo conexão em Istambul, passando pelo Cairo durante o festival Ahlan Wa Sahlan, fazendo cruzeiro pelo Nilo em Aswan, chegando a Luxor prum vôo de balão e finalizando com um mergulho fantáááástico no Mar Vermelho em Sharm El Sheikh. Simplesmente a viagem dos sonhos!!

O Omar passou a maior segurança, apesar do estilo/visual ceroulas-regata-chinelão-de-dedo com o qual ele nos recebeu no seu escritório. A explicação tava logo ali, na casinha da frente, que é a casa em que ele mora... quer coisa melhor? Ir trabalhar sem tirar o pijamão?

Apesar disso ele pareceu ser super sério, talvez até meio chatão, coisa que a Elis já havia alertado... não sei se é assim mesmo ou se o lado “paizão mala” dele favorece a distorção, mas ficou clara uma extrema reprovação a passeios noturnos e baladas (“é tipo a rua Augusta, só promiscuidade”). E eu bem que já fui numas baladas ali na Augusta...

Mas pensando bem, talvez ele tenha alguma razão. A mulher no Egito tem um papel diferenciado, quiçá até inferior, e promiscuidade lá é o banal daqui... motivo pelo qual, aparentemente, estão vetadas as blusas de alcinha, as saias e as bermudas acima do joelho. Isso num calor de 50º no meio do deserto (pelo menos a gente não fica cremoso, já que o clima é tão seco que o suor evapora na hora). Ainda bem que o cabelo tem que ficar preso!

Todo o papo com o Omar me fez chegar a graus deliciosos de ansiedade e numa contagem regressiva rumo ao Egito. Já consegui me imaginar por lá, e certeza que eu vou chorar alguns litros cada vez que eu vir uma coisa nova. Na verdade acho que o choro vai começar em Cumbica mesmo! Mal dá pra acreditar que um dos meus grandes sonhos está para ser realizado!

A parte chata/fueda é que eu vou estar sozinha nessa... por “sozinha” entende-se sem nenhuma companhia mais íntima, sem nenhuma amiga, familiar ou namorado. A pessoa mais próxima será a própria Elis, mas nós já conversamos e ela parecer estar super ok em me adotar na viagem como filhinha dela e do maridão!

É claro que eu espero fazer amizades com outras meninas do estúdio, essas coisas sempre rolam. Mas não ter ninguém mais íntimo pra confessar uma possível ansiedade, um cagaço ou mesmo uma saudade do gatinho vai ser meio foda. Mas, bom... a vida adulta envolve esse tipo de coisa. E pra falar a verdade, acho que é o tipo de viagem que eu acabaria fazendo sozinha mesmo, já que ninguém que eu conheço tem esse mesmo tesão de conhecer o Egito, ver as pirâmides, se emocionar com areia... só mesmo a Ciça compartilhava meus planos Egito-Marrocos-Turquia (fica pra próxima).

Talvez até seja mais interessante fazer esse role sozinha... poder me focar e estar de corpo e alma em cada instante, sem fazer social nem me preocupar com nada. Em termos terapêuticos, nada poderia contribuir mais com meu amadurecimento, em todos os sentidos da palavra!

Agora é correr atrás das burocracias! Mas pelo amor aos meus bolsinhos, foi tudo de bom descobrir que, com o perdão do trocadilho, não, não é tão caro ir ao Cairo, mas voar de balão em Luxor é um verdadeiro luxo :)

domingo, março 07, 2010

Por favor?



Começou com algumas frases de amorosa revolta: “O amor é importante, porra!” começou a aparecer em vários cantos da cidade, ali no viaduto da Sumaré, por exemplo. Apesar da veracidade da frase, e da beleza da proposta, sempre me incomodou que o amor fosse requisitado de maneira tão agressiva.

Recentemente, pude notar que outro pedido tem sido feito: “Mais amor, por favor” está sendo estampado por aí. Nos pontos de ônibus, cabines telefônicas, muros baldios, debaixo do minhocão. O pedido aparece cada vez mais freqüente, e eu não pude evitar de me perguntar: o amor deve ser cobrado, ou mesmo pedido por favor?

O que me incomodava na agressividade da primeira frase começou a me incomodar no pedantismo da segunda... ok, ok, chatos de plantão, eu sei que existe todo um contexto, cultural, social, global, whatever... e eu sei que neste post vou acabar dando uma de garota enxaqueca. Mas não parece um pouco patético ter de pedir por amor? Implorar, cobrar, pressionar? Não seria esta uma contradição em si mesma?

Estreitando um pouco os olhos, e afunilando um pouco a questão, me causa até alguma vergonha que o amor tenha que ser solicitado ao invés de ser doado de todo o coração, como sempre aprendemos, desde pequenos, que deve ser. Entre os povos, entre as pessoas, entre os casais - em tempos de relações efêmeras, não basta ser o amor o guia principal das atitudes e comportamentos entre duas pessoas que, hipoteticamente, estão juntas porque se amam.

Não. Sempre existem outros interesses em jogo. São muito mais importantes a vaidade, o orgulho, a superficialidade. Hoje em dia, duas pessoas ficam juntas porque é fácil estarem juntas, uma vez que sem profundidade, não surgem conflitos. E é só. Ponto. Parceiro legal é aquele que não te aborrece, não enche o saco com seus horários, com o que você faz durante seu dia, na verdade pouco importa porque “deve haver individualidade”.

Basta isso, basta que seja um complemento simples e livre de quaisquer problemas. E na iminência de haverem quaisquer tipos de dores de cabeça emocionais, zap! Elimina-se o parceiro como quem joga fora um aparelho celular que às vezes faz um pouco de chiado. E ainda falam de amor!

Falam tanto que os relacionamentos devem ser feitos de troca, e então eu te pergunto: só te amo se você me amar em troca? Falam tanto de haver espaço para a individualidade, de um “não precisar do outro”, e eu acabo ficando na dúvida: quando foi que a individualidade passou a significar egoísmo, falta de parceria? As mulheres que me desculpem, mas em relação a este tópico, a verdade é que eu estou farta desse papinho feminista.

Acho que o mundo precisa sim de mais amor, urgente, agora, asap. Mas pedir por amor vai contra tudo aquilo que o amor traz consigo, que é a doação, a espontaneidade. Quem já amou um dia sabe que não tem nada a ver com troca. Quem ama simplesmente ama, sem grandes motivos que justifiquem este sentimento. Ama porque quer, ou até porque não consegue evitar. Ama e acabou.

Então que todos amem-se uns aos outros sim, adorei, mas (aí sim) POR FAVOR, não desvirtuem a essência de um sentimento tão bonito colocando seus egos no meio. Amor não tem nada a ver com favor. Por mais que rime.

sexta-feira, março 05, 2010

Infinito Particular



Minha amiga me disse: “O que me espanta em você é que você tem plena consciência de tudo o que acontece e do porquê de você agir assim. Mas isso não é o suficiente para mudar. O que será?

Me sinto às vezes como quando chegamos em um lugar e uma placa enorme nos informa que é proibido estacionar. Paira a pergunta: onde parar então?

Em tempos de incompreensão e de falta de diretrizes internas, reconheço um solo ainda fértil e pleno em potencialidades. Me estranho, mas me identifico na lindíssima música da Marisa Monte – apesar de feia, ainda a voz mais bonita do Brasil.


“Eis o melhor e o pior de mim, o meu termômetro, o meu quilate. Vem, cara, me retrate, não é impossível, eu não sou difícil de ler! Faça sua parte, eu sou daqui, eu não sou de Marte. Vem, cara, me repara, não vê? Tá na cara, sou porta-bandeira de mim! Só não se perca ao entrar no meu infinito particular. Em alguns instantes sou pequenina e também gigante. Vem, cara, se declara, o mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder. Olha minha cara: é só mistério, não tem segredo, vem cá, não tenha medo – a água é potável, daqui você pode beber. Só não se perca ao entrar no meu infinito particular.”