quarta-feira, maio 11, 2011

Ei, você aí, me dá um cobertor aí, me dá um cobertor aí


Eu apostaria umas cem pratas como você tem um cobertor sobrando em casa. Aquele velhinho, meio detonado, que fica no fundo do armário ou na caminha do cachorro. E eu também aposto que você tem sentido um friozinho à noite. E eu DU-VI-DO que você use esse mesmo cobertorzinho velho nessas horas. To errada?

Agora que tal se você botar esse cobertor dentro do seu carrão-zero-quilômetro-último-tipo, e quando se deparar com alguém dormindo na rua, você ir lá e doar esse cobertor?

A não ser que você seja daquele tipo que acha melhor que essa gentalha morra mesmo de frio, você vai simpatizar com a idéia. E eu te desafio a me dar um bom motivo pra não fazer. Um bom motivo não – tem que ser um motivo do caralho.

Não, não vai mudar o mundo. Não, você não vai resolver o problema social. Por favor, não me fale em governo, todo mundo sabe que a responsa é deles e que eles que não fazem porra nenhuma. O cachorro vai ficar com frio? Bota ele pra dormir com você, o que o bichinho ta fazendo sozinho? E se você disser que não tem um cobertor sobrando, eu vou rezar pra seja porque você já doou o seu pra alguma campanha.

Você não vai fazer uma macrodiferença, mas vai fazer uma puta diferença na vida da pessoa que vai ficar quentinha. Que tal essa? Não deveria bastar?

Melhor ainda se isso acontecer de noite e a pessoa já estiver dormindo. Ela vai dormir melhor, vai acordar e vai ter uma mega surpresa de ver um cobertor lá. Super bacana, gestos anônimos são o máximo. Você poupa a pessoa do constrangimento de ter que ser infinitamente e publicamente grata a alguém por ela não morrer na madrugada.

Bora vasculhar os edredons?

Eu já separei o meu ;)

Um comentário:

Edilson disse...

Realmente grandioso seu caráter!