Recentemente, mais uma de minhas melhores amigas anunciou que iria morar fora do Brasil. Rumo a New York, minha amiga mais encantada vai trabalhar com o que sempre quis, na cidade que sempre quis, do jeitinho que sempre quis.
E hoje ela me disse que está angustiada com a partida.
Outra amiga, aliás amiga e mestra, dançarina mais FODA que já vi dançar, também está de partida. Vai construir sua nova vida junto ao marido na Inglaterra, e isso é tudo o que ela sempre quis, o que de mais fantástico poderia acontecer.
E ela também sente alguma angústia pela partida.
Não sei se sou eu, que sou avessa a despedidas, ou se vê-las trilhar este novo caminho de luz. Não sei o que me deixou, do lado de cá, também angustiada. Não se trata só das saudades que deixarão – outras amigas também se foram e inevitavelmente a gente aprende a conviver com a distância. Convivemos bem inclusive com a morte.
Acho que vê-las encarar esta angústia e tomar essa HUGE decisão é o que mais me toca. Me toca a ponto de eu ir às lágrimas. E, no fundo no fundo, eu sinceramente acho que choro por minha causa, e não por causa delas. Mas, direta ou indiretamente, elas têm tudo a ver com isso.
Acho fantástico que a coragem de tomar uma decisão tão gigante quanto esta(s) encontre alicerces firmes em grandes paixões. O trabalho, a arte, o amor. O amor que o trabalho, que no caso das duas, é pura arte, traz para a vida de ambas, enchendo os corações das duas de confiança de que sim, não importa onde você está, o seu lugar será sempre aquele em que você exerce livremente suas paixões. E ambas estão indo viver sonhos cheios de paixão e de amor – basicamente, por aquilo que fazem de melhor na vida, amar e trabalhar.
Enquanto acho tudo isso lindo demais, me pego pensando se eu conseguiria tomar uma atitude assim tão brutal em relação à minha própria vida. Meu primeiro palpite é de que não, não conseguiria deixar tudo pra trás, minha família, meus amigos, meu trabalho. Me borraria de medo de ser estrangeira num país estranho e não ser uma mera turista, e sim residente por tempo indeterminado. Teria muito, mas muito medo, de querer voltar em pouco tempo.
Por outro lado, se eu encaixasse nessa equação um trabalho fantástico (possível de ser exercido em terras estrangeiras, não como a Psicologia Clínica), ou um marido com o qual eu me sentisse totalmente em família... será que isso me daria forças? Será que me sentiria mais segura? Será que se pintasse A oportunidade de trabalho em outro país, e o amor da minha vida fosse junto (ou já estivesse lá, ou melhor, FOSSE DE LÁ), como no caso de uma delas, eu não jogaria tudo pro alto e arriscaria?
Pensar nisso me traz ansiedade e uma grande frustração, não apenas porque enquanto vejo as pessoas irem eu continuo por aqui fazendo as mesmas coisas, mas por que sei, dentro de mim, que o empecilho vital para uma jornada assim está, basicamente, dentro do meu ser mais profundo, uma parte de mim que procuro evitar. São minhas desconfianças, inseguranças e outras ânsias mais. É o meu apego, a minha carência, o meu medo de voltar atrás.
É frustrante perceber que minha vida poderia ser mais emocionante ou mais apaixonante, caso eu apenas permitisse. Caso eu apenas arriscasse. Caso eu apenas conseguisse dominar a grande inércia na qual me encontro volta e meia quando paro para reparar onde é que estou chegando com os passos que tenho dado. É frustrante e assustador me ver presa dentro de uma mesma rotina, andando pelas mesmas ruas do meu mesmo bairro, entrando todos os dias em meu consultório, encontrando e falando sempre com as mesmas pessoas sobre os mesmos assuntos.
Avanços fiz, fatalmente continuo em movimento. Mas a inspiração que vem de dentro dessas duas pessoas queridas demais, das quais vou sentir tanta saudade, me mostra que o que alcancei ainda é muito pouco perto do que meu lado mais selvagem e travesso às vezes grita pra eu almejar.
Hoje minhas duas amigas e suas histórias encantadas (cheias de dificuldades, claro, mas definitivamente BIG STORIES) me pareceram um soco no estômago. Uma verdadeira porrada na cara, e pela primeira vez me senti como se minha vida inteira dependesse disso. Triste e feliz ao mesmo tempo, engoli algumas lágrimas enquanto esperava pelo primeiro paciente do dia. Me acalmei e pensei nelas lá longe, e se algum dia eu também vou estar em algum outro canto do mundo.
Antes de mais nada, preciso me encontrar. Aí sim, eu vou poder chorar: vou estar comigo, aqui, ali, ou em qualquer lugar.
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E hoje ela me disse que está angustiada com a partida.
Outra amiga, aliás amiga e mestra, dançarina mais FODA que já vi dançar, também está de partida. Vai construir sua nova vida junto ao marido na Inglaterra, e isso é tudo o que ela sempre quis, o que de mais fantástico poderia acontecer.
E ela também sente alguma angústia pela partida.
Não sei se sou eu, que sou avessa a despedidas, ou se vê-las trilhar este novo caminho de luz. Não sei o que me deixou, do lado de cá, também angustiada. Não se trata só das saudades que deixarão – outras amigas também se foram e inevitavelmente a gente aprende a conviver com a distância. Convivemos bem inclusive com a morte.
Acho que vê-las encarar esta angústia e tomar essa HUGE decisão é o que mais me toca. Me toca a ponto de eu ir às lágrimas. E, no fundo no fundo, eu sinceramente acho que choro por minha causa, e não por causa delas. Mas, direta ou indiretamente, elas têm tudo a ver com isso.
Acho fantástico que a coragem de tomar uma decisão tão gigante quanto esta(s) encontre alicerces firmes em grandes paixões. O trabalho, a arte, o amor. O amor que o trabalho, que no caso das duas, é pura arte, traz para a vida de ambas, enchendo os corações das duas de confiança de que sim, não importa onde você está, o seu lugar será sempre aquele em que você exerce livremente suas paixões. E ambas estão indo viver sonhos cheios de paixão e de amor – basicamente, por aquilo que fazem de melhor na vida, amar e trabalhar.
Enquanto acho tudo isso lindo demais, me pego pensando se eu conseguiria tomar uma atitude assim tão brutal em relação à minha própria vida. Meu primeiro palpite é de que não, não conseguiria deixar tudo pra trás, minha família, meus amigos, meu trabalho. Me borraria de medo de ser estrangeira num país estranho e não ser uma mera turista, e sim residente por tempo indeterminado. Teria muito, mas muito medo, de querer voltar em pouco tempo.
Por outro lado, se eu encaixasse nessa equação um trabalho fantástico (possível de ser exercido em terras estrangeiras, não como a Psicologia Clínica), ou um marido com o qual eu me sentisse totalmente em família... será que isso me daria forças? Será que me sentiria mais segura? Será que se pintasse A oportunidade de trabalho em outro país, e o amor da minha vida fosse junto (ou já estivesse lá, ou melhor, FOSSE DE LÁ), como no caso de uma delas, eu não jogaria tudo pro alto e arriscaria?
Pensar nisso me traz ansiedade e uma grande frustração, não apenas porque enquanto vejo as pessoas irem eu continuo por aqui fazendo as mesmas coisas, mas por que sei, dentro de mim, que o empecilho vital para uma jornada assim está, basicamente, dentro do meu ser mais profundo, uma parte de mim que procuro evitar. São minhas desconfianças, inseguranças e outras ânsias mais. É o meu apego, a minha carência, o meu medo de voltar atrás.
É frustrante perceber que minha vida poderia ser mais emocionante ou mais apaixonante, caso eu apenas permitisse. Caso eu apenas arriscasse. Caso eu apenas conseguisse dominar a grande inércia na qual me encontro volta e meia quando paro para reparar onde é que estou chegando com os passos que tenho dado. É frustrante e assustador me ver presa dentro de uma mesma rotina, andando pelas mesmas ruas do meu mesmo bairro, entrando todos os dias em meu consultório, encontrando e falando sempre com as mesmas pessoas sobre os mesmos assuntos.
Avanços fiz, fatalmente continuo em movimento. Mas a inspiração que vem de dentro dessas duas pessoas queridas demais, das quais vou sentir tanta saudade, me mostra que o que alcancei ainda é muito pouco perto do que meu lado mais selvagem e travesso às vezes grita pra eu almejar.
Hoje minhas duas amigas e suas histórias encantadas (cheias de dificuldades, claro, mas definitivamente BIG STORIES) me pareceram um soco no estômago. Uma verdadeira porrada na cara, e pela primeira vez me senti como se minha vida inteira dependesse disso. Triste e feliz ao mesmo tempo, engoli algumas lágrimas enquanto esperava pelo primeiro paciente do dia. Me acalmei e pensei nelas lá longe, e se algum dia eu também vou estar em algum outro canto do mundo.
Antes de mais nada, preciso me encontrar. Aí sim, eu vou poder chorar: vou estar comigo, aqui, ali, ou em qualquer lugar.
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Para Juju e Elis, que suas asas batam tão fortes e rápidas quanto for o tamanho de seus corações e das paixões que habitam neles. Vocês têm tudo o que precisam para fazer a sorte parecer apenas um detalhe.
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