Sempre fico meio deprê no fim do ano... o Natal me deprime, o Ano-Novo não me estimula, janeiro me abate... e enquanto é dezembro, parece que tudo acontece de uma vez só.
Detesto a febre consumista que se abate sobre as pessoas em época de Natal... comprar pra que? Presentear quem? Comemorar o que? A chegada de um novo ano? Ué... mas sempre foi assim, e sempre vai ser. Comemorar o que, se ainda não vivi o próximo ano pra comemora-lo?
Detesto a febre consumista que se abate sobre as pessoas em época de Natal... comprar pra que? Presentear quem? Comemorar o que? A chegada de um novo ano? Ué... mas sempre foi assim, e sempre vai ser. Comemorar o que, se ainda não vivi o próximo ano pra comemora-lo?
Ultimamente ando um pouco revoltada quanto às coisas imutáveis da vida. Aquele tipo de coisa que vai ser sempre igual, sempre assim, você querendo ou não. Por exemplo, o fato de que depois de um domingo, sempre virá uma segunda-feira. Sempre. Pra todo o sempre, segunda-feira virá depois de domingo. Ou então o fato de que uma Pizza Hut sempre comportará mais calorias do que o ideal a ser consumido. Sempre. Sempre. SEMPRE! E o que dizer então sobre a imutabilidade do envelhecimento? A cada ano que passa, ficamos mais velhos. E eu nunca voltarei a ser criança. Nunca. Sempre mais velha, sempre. Sempre.
O Natal é uma destas coisas. Todo final de ano, para sempre, será Natal (já pararam pra observar a aflição intrínseca à palavra ‘sempre’????). E pra sempre, vai ser a mesma coisa: euforia sem propósito, consumo exagerado, pouca grana na conta do banco. Pra sempre ter a obrigação de presentear pessoas que sim, amo demais, mas que gostaria que presentear quando me desse na telha. Quando olhasse algo bacana numa loja e pensasse ‘é a cara de fulano!’. Isso sim me dá prazer. Natal me dá angústia.
Já há algum tempo, venho tentando entrar no clima natalino. E tento transformar a obrigação em oportunidade de fazer as pessoas felizes, nem que esta felicidade venha apenas sob a forma de um sorriso nos lábios ao abrir um presente, seja uma blusinha, um tênis, um som, ou uma carta. Mas o fato é que nunca senti em mim o verdadeiro espírito natalino. Ou melhor, devo ter sentido até os 6 anos de idade, quando ainda acreditava no bom velhinho e até mentia descaradamente que havia o visto descendo por uma chaminé que nem ao menos existia. Crianças, sempre engenhosas e ingênuas...
Por que será que as pessoas aproveitam a época das festas pra se abrirem? Será que elas são realmente tomadas pelo espírito de Natal, ou será que se trata de uma oportunidade perfeita pra se dizerem sinceras? Observe: a época de festas geralmente vem acompanhada de revelações bombásticas. A paixão secreta nutrida por um amigo, uma gravidez já quase evidente, uma mudança de país, lavagem de roupa suja, uma cachorrada cometida meses antes. Toda a honestidade, reunida no curto espaço de um mês... todo o sentimento que deveria ser cuidado e atendido em doses homeopáticas ao logo do ano, explodindo e se descontrolando durante 4 semanas. Até mesmo os políticos começam a admitir erros e prometem mais mudanças, com a voz embargada e os olhos assim, meio úmidos. Ho ho ho...
E depois tudo volta a ser o que era.
Os políticos voltam a mentir com o nariz empinado, os amigos se fazem de desencanados e se desapaixonam logo no dia 1º, os arrependidos de seus atos são acometidos por súbitos lampejos de ‘auto respeito’ e param de se desculpar, e toda a união universal, o amor ao próximo, os sorrisos e a paz familiar se convertem em novos gritos alucinados, buzinas 1 segundo após o farol abrir, cutucões nas suas feridas mais profundas, gestos de desrespeito, desamor, dês –tudo. É a ‘tomada de consciência pós-surto natalino’.
Talvez fosse o caso de o Natal ser comemorado um pouco mais distante do ano-novo. Ou de a virada do ano ser jogada mais pra frente, lá pelo dia 15 de maio. Talvez assim a euforia e a falta de espontaneidade das pessoas seria reduzida... em vez de uma euforia gigante causada por duas comemorações tão próximas, isso poderia ser subdividida em 2 micro-alegrias... certo?
Errado. O problema é que o Natal vai ser sempre no dia 25 de dezembro, e o ano-novo sempre 6 dias depois. Sempre. Sempre.
Tipo segunda-feira. Ou as calorias da Pizza Hut...
4 comentários:
sempre, sempre, a menos que vc se converta ao judaísmo: o natal deixa de existir e o ano-novo (Rosh Hashaná) passa a ser na virada do dia 12 para 13 de setembro...
de quebra ainda comemora o atentado ao capitalismo selvagem do 11 de setembro?
shaná tová ume tuká!
Acho que não ia adiantar muito, a não ser que toda a minha família, amigos e conhecidos fizessem o mesmo.
Mas não deixa de ser uma idéia... hmmmmmm
amiga tive uma idéia óooootima!!
Vc disse que como pode comemorar um ano que ainda nem passou certo?
A minha humilde e brilhante idéia é que:
VAMOS COMEMORAR 2006, ou pelo menos comemorar que ele acabou!! hahaha
vamos celebrar a amizade do ano velho...
celebrar a união de pessoas tão diferentes que são tão parecidas...
celebrar a familia (nossas irmas tao queridas!)
vamos celebrar todos os tropeços!
Nossas formaturas!!
celebrar o que houve de bom e de ruim do ano passado, e quem sabe assim, no dia seguinte podemos olhar pra frente e dizer:
FELIZ ANO NOVO!!!!!!
PS- o que posso te dizer sobre "sempre" é:
SEMPRE VOU TE AMAR POR TODA MINHA VIDA!!!
SEMPRE SEMPRE SEMPRE!
Parabéns, Fê!
Fiquei encantada com o seu comentário!
Esse é o verdadeiro sentido do Natal e do Ano Novo (pelo menos na minha visão): CELEBRATE LIFE!
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