quinta-feira, novembro 29, 2007

Nem melhor, nem pior


Eu simplesmente odeio ser comparada.
Odeio as comparações – as considero injustas, desnecessárias e absolutamente descabidas. Afinal, qual a lógica em se comparar coisas que, simplesmente por não serem a mesma coisa, dispensam comparações?
Ok, existe sentido em comparar preços, quilos, tons de azul, alturas e até quantidades. Dimensões que englobam as mesmas grandezas: quantos quilos, mais ou menos centímetros, quantos reais etc. É algo mensurável, é digno de uma comparação.
Mas e quanto às comparações ditas qualitativas? Uma coisa é medir o desempenho de um aluno, outra coisa é afirmar, arrogantemente, que ele é melhor ou pior que o coleguinha da mesa ao lado. Melhor pra quem? Melhor sob que perspectiva? Melhor como? O que é melhor??
Ora, que se estabeleçam critérios objetivos.
É totalmente frustrante se sentir comparada, e mais frustrante ainda se sentir compelida a se comparar a algo. Quando se trata de pessoas, qualquer comparação é tendenciosa – não existe uma unidade de valor, cada ser é único. E isso pode (ou não) ser melhor (ou pior) para uma (ou outra) pessoa. Nesse sentido, pode-se chamar de comparação? Ou de preferência? Perspectiva? Ponto de vista?
E daí se meus cabelos são igualmente compridos? E daí se gosto do mesmo tipo de música que outra pessoa, se gosto da mesma flor ou tipo de biquini? E daí se sou mais ou menos bonita? Mais ou menos inteligente?
Não, não venham me rotular partindo do princípio que sou mais ou menos divertida ou mais ou menos profunda, serei sempre diferente de tudo o que qualquer pessoa um dia poderá supor. Apenas eu mesma.
O grande problema das comparações é esse atributo de qualidade embutido nelas – e, como eu já disse, a cobrança pela superação que acabamos sentindo. E eu me sinto tipo apostando uma corrida com um fantasma que eu nem nunca vi, não conheço as características mas me cobro por ser melhor. E como poderia, se a sensação é a de sair largando 3 metros atrás, simplesmente por ter havido uma tentativa de comparação?
E daí se meu sobrenome não é italiano ou se não tem um popstar na minha família? E daí se, ao contrário do resto do mundo, eu curto um bom e velho controle de natalidade?
Eu fico muito puta, mas tipo assim, putona mesmo, quando ouço falar que eu sou “tipo fulana”, porque batalhei pra cacete pra construir uma identidade da qual eu me orgulhe. É simplesmente um ultraje alguém comparar alhos com bugalhos – a essência do ser humano, o que o faz tão especial, é sua capacidade de se diferenciar, de não se enquadrar em categorias, em serem absoluta e incondicionalmente subjetivas suas características mais marcantes.
É preferível que se admitam as preferências, tomem conta de seus sentimentos – se for pra comparar algo, que comparem sua inteligência com a de um chipanzé.
Não sou melhor nem pior, apenas diferente.

domingo, novembro 25, 2007

Mais de um mês*


No dia em que se despediram, ela sequer imaginava que seria para sempre. Não pensava que seria a última vez que se teriam, naquela vida ou em outras. Acreditou que seriam alguns dias, a verdade é que durou mais de um mês, um mês sem notícias, sem a voz, sem seus escritos, e um mês sem sentir o cheiro dos seus cabelos ou implicar com sua barba mal-feita. Fazia um mês desde que ele lhe confessara que gostava de outra pessoa. Seu coração bateu tão forte que ela teve medo que ele o escutasse, que percebesse o quão descompassado ficava na sua presença. Aquele dia ela não achou que fosse o último, e saiu pela porta acreditando que um dia a abriria novamente. Quando a porta do elevador se fechou, soube que não voltaria jamais.

Olhou o celular infinitas vezes naquele mês. Conferiu a caixa postal obsecadamente, esperando que o problema fosse do aparelho. Desviou os olhos tantas e tantas vezes para a porta pela qual ele costumava passar – e não o viu uma única vez, apenas suas lembranças. Toda quarta-feira suas esperanças se renovavam, mas sempre virava quinta antes que ela as perdesse. Ela morreu mil vezes naqueles 30 dias, e ressucitou todas elas apenas para ser mortal novamente. Com o tempo se esqueceu dele, se esqueceu do seu cheiro e também de sua voz, esqueceu da textura das mãos e do gosto da sua boca. Verdade seja dita – lembrava de seus olhos, mas apenas fechados. Lembrava do amuleto que ele carregava no pescoço. O que aquilo queria dizer?

De repente se deu conta de que se lembrava de muitas coisas que não exatamente ele. Da casa, com detalhes, pois um dia fora um pouco como a sua: acolhedora e sufocante ao mesmo tempo. Se surpreendeu com a riqueza de detalhes de suas memórias, lembrava de cada canto daquele apartamento: a estampa dos sofás, os cd´s empilhados perto da TV. As fotos de um Ele adolescente, de cabelos longos. A guitarra no chão. Red Label na estante. Manuais técnicos em cima da mesa. A conta telefônica de agosto. As horas no rádio relógio. A marca do seu shampoo. Os chinelos dentro do box. E as duas escovas de dente, onde tudo começara. Espantada pelas memórias, finalmente percebeu que naquele dia, 30 noites atrás, já sabia que se tratava de uma despedida: somente em despedidas tentava apreender cada detalhe do momento, cada detalhe da cena, registrar cada pedaço daquele cenário, para dizer adeus a tudo e poder para sempre se lembrar. Todas as despedidas de sua vida foram assim – se lembrava de cada uma delas, em detalhes impressionantes, e em todas as vezes, todas elas, sabia que não voltaria.

Ela repassou as lembranças. Naquele dia o cheiro era diferente. Mais forte e mais cítrico. A iluminação era diferente. Ao contrário do sempre acontecera, todas as luzes estavam acesas, tirando dali aquele tom quase de sonho que sempre houvera – tudo era muito real, real demais, não havia trilha sonora, sem blues ou rock ‘n roll naquela noite, somente o silêncio entre meia dúzia de frases trocadas. Lembrou-se que não disseram tchau, até mais, sequer um adeus fora dito. Mas os corpos disseram tudo. Um adeus em silêncio, um silêncio insuportável, como se nunca tivessem se encostado, como se tivessem passado anos sem se ver e se reencontrassem numa formalidade esquisita. Os joelhos distantes, os braços apoiados. Sem retirar os sapatos. Que tipo de homem não retira os sapatos dentro de sua própria casa se não for para terminar com alguém? Sim, tinha sido uma despedida, sem as palavras certas, mas havia sido um adeus. Não havia nada mal-resolvido.

Foi só aí que ela finalmente se despediu, se perdoando por não ter percebido os sinais a tempo. Ainda restava um pouco de romance dentro de si, afinal. Seu corpo se despediu com um choro leve, sua mente se despediu armazenando a memória. Sua razão despediu-se com tolerância, e sua alma enviou seu perdão. A boca sorriu, e seu coração se despediu batendo, mais forte do que nunca.

Ainda lembrava.
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* Texto antigo, mas que sempre vale a pena lembrar.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Diálogo_Projetando


- Afinal, qual o sentido de ir em frente? Uma hora o trabalho dele vai me incomodar, melhor parar por aqui. Mais um chopp, por favor?

Eu já tinha visto esse filme. Minha amiga Amanda*, 26 anos, loira de 1,70m, gente boníssima, mais uma vez discursava, ali num barzinho bacana da Joaquim Távora, a mesma pauta das duas últimas semanas: o Rico*, homem lindo e bacanérrimo, porém com uma péssima profissão – o cara é policial civil. Milico, gambé, boina-azul.

- Você viu Tropa de Elite? Imagina se fosse eu? De repente o cara me liga do meio da Operação Alvorada?
- Amanda do céu... quantas vezes você saiu com ele mesmo??
- 3.
- Então. Tá tão preocupada por que? Você nem conhece o cara direito, vai que você se apaixona. Ou acha ele um bosta? Vamos pedir uma batatinha?
- Tô de regime, pede aí.

Eu logo vi na minha querida amiga os sinais clássicos de um comportamento de fuga e esquiva: pra não se confrontar com possíveis e hipotéticas e imaginárias consequências negativas, ela já estava tirando o time de campo. Pensei nos meus pacientes: quantos faziam a mesma coisa? Pior que eu concordava com a Amanda. Assim como já tinha concordado antes com meus pacientes. Mas, na dúvida...

- Olha só, amiga, você não acha que tá sendo meio precipitada?
- Gata, a coisa é simples: eu tô querendo que as coisas com o Rico sigam por um caminho em que o desfecho vai ser eu acabar querendo sair fora. Então o que eu quero? Eu quero o que eu não quero. Simples assim.
- Como toda boa histérica.
- Pode ser.
- Ainda acho que é ser racional demais. Passa o isqueiro.
- Bom, eu consigo ser racional.
- Guardar os sentimentos não resolve o problema.
- É o que você diz pros seu pacientes doidões?
- Hum...

Era o que eu costumava dizer aos meus pacientes. Mas eu sentia que com a Amanda era diferente. Eu realmente concordava com ela. Era tipo comprar um carro pensando em vender depois. Não era investimento. Mas eu tinha que tentar.

- Você acha que as outras opções são melhores?
- Que opções?
- Ah... desculpa, amiga, mas você só tem se metido em furada. Aquele carinha do curso que você fez... pô, tava na cara que o cara era casado.
- Eu não sabia!
- A gente nunca sabe. Mas agora você sabe logo de cara. Você pode escolher. Ser polícia não é ter câncer, vai...
- É como ter filhos. O cara ama a parada, nunca vai largar. Ele vai no banheiro armado.
- Você poderia se sentir protegida.
- Nã... não vai funcionar. Ele não é o cara certo.
- E quem é??

Àquela altura eu já estava à beira do desespero. Eu conhecera o Rico. Cara bacana. Gente fina de verdade. Atencioso, simpático, conversador. Eu não aguentava mais ver a minha amiga dispensar os caras legais e se meter com os filhos da puta, e o Rico não parecia ser filho da puta. Mas como assim, logo eu, defendendo um homem? Eu tinha que tentar.

- Você tá agindo como aquela minha paciente, que não compra um cachorro por medo de que ele fique velho.
- Ele vai ficar.
- Vai, mas daqui a quanto tempo? E o que puder rolar de bom até lá? E o quanto você pode se divertir, se sentir querida, ir ao cinema, andar de mão dada e ser tipo aqueles casais que nós odiamos, que se beijam a cada 5 minutos e que ficam em casa no domingo vendo futebol?
- Eles se beijam bastante né?
- Horrores! E você ainda vai ter quem te ligue. E quem diga que gosta de você. E quem te abrace no meio da noite. Pô, Amanda, pára de julgar os outros... você nem sabe por que o cara virou polícia. E se você sofrer e se machucar, porra e daí? É isso aí, faz parte do jogo, não seria nem a primeira nem a última vez, arrisca, dá a cara a tapa, vai deixar de viver um monte de coisa que você nem sabe o que é, pra ficar reclamando da sua vidinha que você tá cansada de saber como é, PRA FICAR RECLAMANDO QUE NINGUÉM TE QUER NO MEU OUVIDO PORRA??? LIGA PRA ELE CARALHO!

Eu fora longe demais. Gritara com a minha amiga. Por causa do dilema dela. Eu sabia porque, e a Amanda também. Ela deu um trago no Marlboro azul dela, cerrou os olhos e deu um sorrisinho safado. Soltou a fumaça e pegou o celular.

- Só por você mesmo.
- Brigada, Amanda.

Respirei fundo.
Eu ainda tinha esperanças.

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* Nome fictício, exatamente como faço com meus pacientes...

sábado, novembro 10, 2007

Eu avisei

No fim de semana eles iam ficar juntos, e o feriado todo iam se conhecer melhor.

Ele ia levá-la num lugar fantástico onde estariam todos os amigos aos quais ele a apresentou naquele churrasco tudo de bom. E eles vão passar uma tarde juntos, vão jantar no mexicano e aí ele não vai mais poder dizer que ela nunca comeu nada na sua frente. No dia seguinte ela vai deixar um recado pra ele, como ele tinha pedido.

Aí quando o sábado chegar ela vai se produzir toda, vai começar a se desesperar e então finalmente vai entender que ficar olhando pro telefone não faz ele tocar. Vai, no máximo, fazer ela perceber que precisa de outro aparelho.

Aí ela vai pensar e vai lembrar que isso já aconteceu um montão de vezes com um montão de gente (com ela 4 vezes, só neste ano!) e vai finalmente entender a máxima: falar é fácil, fazer é que são elas.

Então ela vai me chamar, e vai me contar a história toda, entre um e outro copo de JD’s. E aí eu, com dor no coração, vou ter que dizer pra ela... eu te avisei.

Bem-vinda à Era da Inocência.

Pára o mundo, querida, que eu quero descer.

quinta-feira, novembro 08, 2007

exposè

Deu um lance.
Contou com a sorte.
Acreditou no mundo.
Procurou um rumo.
E fugiu de tudo.
Calou palavra.
Dançou um samba.
Resolveu um problema.
E logo arrumou mais dois.
Fez sua parte, fez de tudo.
Recitou poemas, confessou pecados, abriu a mente.
Sentiu-se diferente.
Jogou os dados.
Pagou pra ver.
Teve arrepios.
Se arrependeu por antes.
Rezou de joelhos e entoou um mantra.
Se açoitou.
Agredeceu a benção, e disse amém.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Por opção


Outro dia, meu amigo Beto me alertou quanto ao fato de que, geralmente, as pessoas (as mulheres principalmente) acreditam que os fracassos de seus relacionamentos se deve a um erro processual, ou seja, uma falha no processo de relacionar-se. Apontou-me este me amigo que tal crença é absolutamente ilusória: na maioria das vezes, o erro das mulheres era um erro de escolha.

A princípio, concordei por concordar. Afinal, ele estava maluco? Como assim escolhemos a opção errada? Desde quando temos bola de cristal para adivinhar que aquele homem lindo irá quebrar nossos corações dali a alguns meses? Como poderíamos adivinhar que se tratava de um ciumento clássico? Ou de um cara com fortes complexos maternos?

Entretanto, após alguns meses, tendo tido algumas experiências interessantíssimas com os seres do sexo masculino, não posso mais negar: é indisfarçável, inegável, indiscutível: eu escolho os homens errados.

Imaginem só vocês o susto que levei ao me deparar com esta nova descoberta. Foi um choque: sempre acreditei que isso era papinho de seriado americano, coisa de mulherzinha, gente neurótica que não está há 4 anos em terapia. Mas eis que então percebo, repassando mentalmente minhas últimas relações fast-food: eu ignorei todos os sinais (sim, eles existem) de que algo ali não cheirava bem.

Como não percebi que aquele gatinho ótimo fazer análise 3 vezes por semana só podia significar “encrenca”? No que eu devia estar pensando? Talvez na qualidade do sexo, no jeitinho de falar, pra ter esquecido tudo o que aprendi em 5 anos de faculdade? Toda estudante de Psicologia está careca de saber: homem que faz análise por opção é problema a vista. Dificuldades relacionais seríssimas. Caso de livro. Tema prum outro post.

E quanto aquele gatinho da praia, que logo de cara me contou que havia terminado com a namorada quase 10 anos mais nova, menor de idade? Isso sem contar no quanto todo mundo babava no cara. Incluindo minhas próprias amigas – como não haveria uma concorrência braba, com tanta cobiça em cima de um partidão de coração partido?

As escolhas atuais também têm se revelado pouco inteligentes: homens mais novos, usuários de drogas, com pais ausentes (ou filhos em demasia), portadores de armas, criadores de pitt bulls ou respondendo a processos legais. Sinais que podem ser apenas meros potenciais de problemas, mas que, geralmente, apontam para possíveis confusões.

Os mais céticos podem debochar; os comportamentalistas de plantão diriam que são os mantenedores de tal padrão de escolha que é o que realmente importa; os astrólogos diriam que é só coisa de 2007, ano de número 9; os psicnalistas teriam um prato cheio (ainda mais analisando minha família), e meu amigo Beto, em especial, teria orgasmos múltiplos: ele está certo, eu escolho os errados, os mais complicados, os verdadeiramente perturbados.

Será que quando alguém escolhe pela pior opção, está realmente querendo errar? Seria assim uma espécie de masoquismo, como numa roleta russa com o tambor da pistola cheio? Afinal, pode uma pessoa escolher se machucar? E a pergunta que não quer calar: deveria EU fazer análise 3 vezes por semana?

Alguns conselheiros de meia pataca diriam que eu me esquivo da felicidade. Outros, que sou viciada em rejeição, em melodrama, em melancolia. Outros ainda poderiam especular que o que eu quero mesmo é mudar um homem: curá-lo das drogas, amadurecê-lo alguns anos à força, transformá-lo num homem bom e fiel. Mas e quanto aos outros “senão”s? Poderia eu voltar no tempo e impedir o suicídio da mãe daquele carinha bacana?

Será que eu realmente deveria escolher melhor? Talvez aqueles caras tranquilos, sem traumas familiares, sem problemas sexuais, sem leucemia, sem filhos, sem drogas, sem dívidas, com carrinhos cheirosos, apartamentos perfeitos, trabalhos convencionais, fins de semana tradicionais, seus vinhos clássicos, suas roupas sóbrias, suas carteiras de couro, e suas vidinhas-padrão? Argh! Escolher melhor? Melhor pra quem??

Sim, talvez eu goste de uma boa tragédia. Talvez eu ame um bom dramalhão mexicano, uma boa confusão. E sim, talvez eu costume escolher quem tem menos probabilidade de me escolher de volta, ou quem, no máximo, procure uma relação efêmera. Mas, ao contrário do que vejo por aí, das pessoas afundadas na moralidade e padronização de suas vidinhas regradas e relacionamentos perfeitos, eu costumo viver intensamente. E, às vezes, a intensidade vem da adversidade, ou das tentativas de mudança que fazemos. Das batalhas que travamos na vida.

Às vezes, o mais interessante das pessoas são suas próprias falhas, o fato de serem humanas, demasiado humanas. Suas idiossincrasias são o que as tornam seres únicos – e, pelo menos por enquanto, esta escolha tem valido a pena.

Ok, talvez eu tenha uma certa atração pelas dificuldades. E talvez esta seja a minha falha, que pode acabar espantando alguém por aí. Ou atraindo.

Mas tenho consciência de que, mesmo com todas as minhas imperfeições, dramas familiares e facetas um pouco distorcidas, tudo isso me transforma numa pessoa extremamente falha, porém estremamente humana, extremamente real. E, por enquanto, minha melhor opção.