quarta-feira, junho 16, 2010

Deruchett

Se existe algo que eu realmente abomino em mim são as contradições absurdas que encontro aqui dentro. A eterna batalha do inconsciente VS ego, do racional VS emoção... são tantos os paradoxos que se torna difícil de organizar minha mente.

As terríveis sensações de perda de coisas que nunca tive. Saudades de coisas que jamais vivi. Ódio e amor caminhando lado a lado. E as perguntas. As perguntas: quando foi que tudo aconteceu? Como? Por que? Para que?

Para que?

Parece realmente banal que, há menos de 5 dias de realizar um grande sonho, eu ainda esteja apegada a questões tão... mundanas. E outras questões tão mundanas quanto, porém fontes óbvias de prazer e expiação de culpas, carregam tão menos peso que me sinto extremamente tendenciosa e apegada ao sofrimento. Melancólica mesmo.

Mas... eu finalmente voltei a ouvir música. E, surpreendentemente, elas me lembram outros olhos e outras vivências. Saudades de décadas que nunca morrem. Relação de verdade. Afinidade real, subjetividade sem limites, verdadeira compreensão. Amor de almas.

Para F., com carinho.

Parei de ser só eu, meu bem.
E você vai sem mesmo saber o quanto vai passar
desse mundo que nos dói.
Eu procurei ficar mais perto do lugar que é você.
Foi como ver que perto de um fim, ou mesmo um final,
Nada vai morrer.
Como os lares querem par.
Venha e não quererá que eu passe outra vez.


Deruchett - Solana

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