segunda-feira, junho 07, 2010

Quem tem medo do lobo-mau?


Há cerca de 100 dias, quando finalmente me decidi por investir boa parte das minhas economias numa viagem de sonhos, eu não imaginava o quanto eu ainda teria que me preparar emocionalmente para conseguir embarcar – e chegar! – inteira para o outro lado do mundo.

Ou melhor: eu acho que imaginava sim, pois um dos primeiros pensamentos que me surgiram diante da idéia de ficar 28 dias longe do namorado foi “Será que vou estar namorando até lá?” Acho que era intuição: pouco mais de 30 dias depois, já estava sem namorado, mas com a primeira parcela da viagem devidamente paga.

Nunca viajei sozinha como estou prestes a fazer. Pra falar a verdade, a solidão sempre foi um super lobo-mau para mim, sempre me assustou um pouco, e se existe uma lei na vida que eu finalmente entendi é que não adianta ficar fugindo da raia por muito tempo: se existe uma questão pra você enfrentar, o universo vai tratar de te forçar a isso.

E é por isso que esta viagem, para a qual faltam míseros 13 dias para acontecer, deverá ser tão importante neste contexto: tirando minha queria professora Elis, não conheço mais absolutamente ninguém que estará por lá. No Cairo, sei que estarei bem assessorada e a realização do grande sonho da minha vida não deverá me permitir ficar sentindo muito a solidão. Mas a idéia de estar em Aswan, Luxor, Karnak, Sharm el Sheikh SEM Elis, e depois um dia inteiro sozinha em Istambul aguardando a conexão para Shanghai, ah, isso eu confesso que me angustia um pouco.

Desde a preparação para a viagem (cartões para desbloquear, seguro para fazer, visto pra tirar) eu já sinto o treinamento em autonomia sendo exercitado. Afinal, são coisas de super responsa que só eu mesma posso fazer. E acho que tava mais do que na hora. Hora de largar a mão de me sentir meia, e me sentir inteira. De largar a mão de pensar como o outro está, e pensar e me responsabilizar por como eu estou. Eu, eu eu.

Já tava mais do que na hora de eu mudar, e junto transformar o lobo-mau em bichinho de estimação.

3 comentários:

marcos disse...

Sempre fui tão independente que ter que fazer tudo sozinho não me assusta. Por outro lado, estou buscando o inverso, acho que esqueci como é depender de alguém. Somos parecidos em caminhos opostos, tentando lidar com estas deficiências...

Boa viagem. Tudo vai dar certo. Divirta-se. Em Istanbul, se der tempo, 'perca-se' no calçadão de Taksim.

Beijodaí.

Petitinha disse...

Oi N. desejo a você uma ótima viagem e que curta muito a sua fase independente, espero que aprenda a tirar lições boas da solidão.
BJOKS

Edilson disse...

Afinal de conta né, quem é esse lobo mau para lidar e intimidar uma certa guerreira que conheço.

Beijo