segunda-feira, setembro 04, 2006

SECA



Não há nada pior do que seca feminina.
Seca feminina é a maior desgraça que existe. Se bobear, é pior do que seca no sertão, porque seca no sertão o povo de lá já é até meio acostumado e sempre existe poço artesiano, mas mulher, quando está na seca, apela até pra mandinga pra ver se dá um jeitinho.
Enquanto que pros nossos companheiros do sexo masculino é tudo muito fácil (afinal, tem sempre uma mulher querendo dar em cada esquina, e na falta de um buraco, uma punhetinha resolve todos os problemas), a mulher se afunda em casa em vez de sair à caça. A mulher come quilos de chocolate tentando produzir mais serotonina, e amaldiçoa todos os santos pela seca enfrentada.
E isso porque mulher é mesmo um bicho complicado, porque se saísse à caça, ia, com certeza, encontrar meia dúzia de paus já latejando pra entrar em ação, mas mulher tem complexo de Lady Di e fica esperando porra-delivery.
Enquanto os homens apelam pras amigas-trepadinha, a mulherada tem um baita de um preconceito quanto a isso, mesmo tendo uns 2 ou 3 amigos que se prontificariam pra comê-las a qualquer momento. Porque, pra mulher, a gente bem sabe, nunca ta bom o suficiente: ou é a namorada do cara que é o problema, ou é muito amigo, ou então o problema é tamanho do instrumento (pra infelicidade daqueles que só têm cara de ter pau pequeno).
Se a mulher já tiver encontrado aquele sexo que é o seu número, então, piorou. Porque, como já dizia minha avó, quem provou do doce não aceita mais humildemente o que é amargo, e isso significa que todos os infelizes que vierem depois vão ser, automaticamente, alvos de comparação com aquele cara que tinha um pau enorme, e que, ui!, a fez ver estrelinhas multi-coloridas e que a chamou de gostosa umas mil vezes em 5 minutos.
A mulher, quando está na seca, é capaz de falar com as amigas sobre esse pinto-ideal durante umas 5 horas seguidas, descrever cada detalhe da última trepada, cada detalhe do membro-amado, com direito a adicionais de cheiros, cores, veias, toques e dirty-talking. E quando junta 3 ou 4 amigas que também estão na pindaíba, sai de baixo - é um festival de "era-tão-bom" e de "preciso-dar-desesperadamente" que mais parece programa de masoquista: mais aumenta a vontade do que propriamente alivia os nervos.
Na verdade, mulher, quando está na seca, está na seca de sexo bom, de sexo de qualidade, o sexo do cara-do-pau-enorme, e não simplesmente sexo, como nossos colegas fálicos, pra quem sexo é como pizza: mesmo ruim é sempre bom. Mulher, não: o número de trepadas ruins que uma mulher experiencia é diretamente proporcional ao número de bolachas doces que a mulher come num sábado a noite, e é a causa da preguiça que dá quando pensamos em pesquisar o mercado sexual em vigor (que, vamos combinar, anda meio em recessão).
Mulher precisa ser estimulada, amaciada, tocada, paparicada, e, claro, chamada de gostosa um monte de vezes, porque temos dedo sim senhor, mas dedo é muito fino e não nos chama de gostosa.
Mulheres do mundo, uni-vos! Saiam de casa, parem de comer Bono de chocolate no sábado à noite e, por favor, tenham sempre um vibrador à disposição, especialmente se for um Jack Rabbit.
Porque vibrador pode não nos chamar de gostosa, mas não broxa nunca e tem zero calorias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente vocês mulheres aproveitam mal a oferta de pintos no mercado.