Dizem por aí que a vida é aquilo que acontece quando fazemos planos para o futuro.
Mas... e se a última coisa que a gente quer é fazer planos pro futuro?! E se o futuro, num determinado momento da nossa vida, nos parece algo distaaaaaaaaaaaaaaante e imprevisíííííível?
E mais, e se o futuro simplesmente parecer ultra-nebuloso e a gente não tiver o menor plano, nem unzinho que seja, pra daqui um dia, um mês, ou anos?
A vida pára?
E se a gente ainda estiver preso aos lances do passado, que podem ter sido tipo assim suuuuper importantes pros planos que algum dia a gente pode vir a fazer???
Perguntas importantes estas...?
Explico.
Comecei 2007 com o pé esquerdo de propósito, só pra ver se algo mudava e se algo extraordinário acontecia, já que extraordinário é bem o que a palavra diz: é além do ordinário, do comum. E eu comecei o ano sedenta por novidades, por mudanças, por muitas e ótimas surpresas. Pra começar, quebrando um ritual de 23 anos de vida, eu passei o Ano-Novo em São Paulo - e não, não foi por falta de lugar pra ir, nem por grana, nem por ter que trabalhar. Foi por opção mesmo! (Inteeeeeeeeeeeeeeeeerna!!!).
Pulei ondinhas num gramado japonês de pedras, que era pra ver se Iemanjá sentia falta dos meus pezinhos e dava uma força... e na última ondinha, pus em prática o que tinha descoberto: a última onda tem que quebrar na nossa canela. Então, deixei a sétima onda imaginária quebrar na minha perna, e quase senti o geladinho anunciando as mudanças! (Inteeeeeeeeeeeeeerna!)
Depois de anos de bebedeira descontrolada, este Ano-Novo passei sobriazinha da Silva, voltei dirigindo o carro da amiga e achei que o Santo Protetor dos Alcoólatras ia ficar bem orgulhoso e ia dar um help, ou no mínimo, achei que meu fígado agradeceria.
Em resumo, só faltei fazer promessa pra ver se as coisas tomavam novas formas.
Não que eu estivesse descontente com alguma coisa. Pelo contrário. Tava tudo bom demais, confortável demais, na inércia demais, e quando ta tudo muito em paz eu fico aflita e começo a sentir falta das dificuldades, e às vezes, até das fossas de sexta a noite, porque pelo menos está rolando algo importante e a gente tem a sensação de que a vida tem movimento. Então, voltando, tava tudo tranquilinho demais, e eu não estava desejando “muita paz em 2007” pra ninguém. Paz demais é ruim. Bodeia. Cansa.
Bom, pelo que parece, despertei a ira de Iemanjá, que deve ter ficado meio ofendida com o lance das pedras... e o Santo Protetor dos Alcoólatras deve ter achado meio sacanagem não beber no ano-novo, me achou meio caxias, se sentiu abandonado, sei lá. Porque desde que começou o ano, a impressão que eu tenho é que, com o perdão da palavra, eu só me fodi.
Sem melancolia, gente! Falo isso com sarcasmo, porque afinal de contas fica até engraçado se parar pra olhar o quanto as merdas vêm em comboio. Chega a ser irônico.
Okei, confesso: o assunto é homem. Pronto falei.
Comecei o ano com uma decepção fatal, daquelas que doem na alma, na cabeça, e no bolso – precisei de 5 novas blusas fantásticas e carésimas pra me sentir um pouco melhor. Esse drama, ou melhor, essa tragicomédia, vocês bem que acompanharam. Ela deve desenlaces e desdobramentos, que não vêm ao caso, mas que podem ser imaginados. Foi uma quebra, confesso. Chorei as pitangas, perdi o chão, e também quase perdi as amigas de tão chata que fiquei. Falta de referencial, de parâmetros, em resumo, começar do início tudo de novo a idéia de felicidade amorosa. Foi foda pra caralho.
Na seqüência, decidi que então era hora de continuar com a sessão “finalizando-questões-mal-resolvidas” e entrei no clima, terminando uma relação turbulenta de quase 1 ano, marcada por ciúmes patológico, amor, raiva, rejeição, histeria generalizada e, infelizmente, um tesão descontrolado. Sim, dei adeus ao melhor sexo da minha vida. Haja desapego. Adeus, 20 telefonemas em um dia! Adeus, relatório diário! Adeus, insatisfação constante! Adeus, gato-delícia de distintivo em punho! Adeus, figura de autoridade! Você me ensinou muito, mas a gente pára por aqui, ta?
Super okei.. Então era essas, Ano Zero em termos de amor. Vamos recomeçar.
Até decido dar uma chance a um amigo fofésimo que havia recém se declarado, mas percebo logo que aquilo não vai dar (literalmente, se é que vocês me entendem) em lugar nenhum. Super okei. Nana, tenhas paciência, minha filha. Espera mais um pouco. E até agora estou esperando. Ponto pra mim.
Então o conheço. Ai ai. O homem mais lindo que já vi de perto na minha vida inteira. Ai ai. Ali na praia. Me dando bola. Perguntando se sou dali. Quase olho pra trás pra ver se era comigo mesmo. E não é que era? Ai ai... como não me apaixonar? Lindo, lindo! Inteligente, viajado, fala inglês, aleluia! E que cabelo, gente! De propaganda da Pantene. Gente boa, interessado, fazendo perguntas sobre meu trabalho como nenhum outro antes fizera. Como não me apaixonar?
E depois de algumas noites calientes, o papo de ‘estou-magoado-por-um-término-recente-e-estou-100%-racional’. Ai ai... como não me apaixonar?? Lindo, gostoso, inteligente, gente boa, fala inglês, e o mais importante, NÃO QUER NADA COMIGO! Como, gente, como não vou me apaixonar desse jeito??
Super okei, recado dado, mensagem recebida: o coração do rapaz não está aberto, e o meu está abertinho da silva, hora de partir pra outra. E quem disse que o moço sai da área? Sai, volta, bate, assopra, não caga e não passa a moita! Como não me apaixonar? Rá-rá-rá!
E não é, gente, que Iemanjá deve ter ficado bem puta da vida, bem recalcada, porque na seqüência descobri que o melhor-sexo-da-minha-vida já estava sendo também o melhor sexo da vida de outra?? Putz, aí foi um arregaço! Pô, assim tão cedo? Puta dor de cotovelo, com direito a cervejas noturnas e isolamento social, Adriana Calcanhoto no rádio o dia inteiro e também a noite inteira, com as músiquinhas não saindo da cabeça... “Entre por esta porta agooooooooooooora, e diga que me adooooooooooooooooooora, você tem meia hooooora, pra mudar a minha viiiiiiiiiiida!” (meia hora por que?? Que tipo de deadline é esse? Enfim, música pra afundar ainda mais na fossa!)
Bom, mas como sou otimista (apesar de melancólica e histérica), tentei brincar de Pollyana e achar os pontos positivos desse imbróglio todo. E achei, um monte. Cair na realidade. Matar o Ex-Namorado Ideal. Aprender a não arrastar situações até o limite. Ser menos defensiva. Praticar o desapego. Aprender a separar sexo de afeto. Não ser tão suscetível aos encantos caiçaras. Valorizar quem me valoriza. Iéééééé!
Tudo isso pra voltar ao assunto do começo... gente, como fazer planos pro futuro amoroso (porque, na boa, sobre o futuro profissional eu nem vou comentar!) estando mais zerada do que placar do Corinthians no Paulistão?
Onde conhecer mocinhos novos e ativar novamente o meu placar pra que eu possa-poder fazer planos, fantasiar dias ideais, e cair de quatro babando na sola do sapato de alguém que me corresponda, é favor obrigada?
Em termos de futuro, concluo que o único plano que posso fazer no momento é programar meu próximo fim-de-semana, meu próximo atendimento no hospital, meu próximo par de sapatos novos, meu próximo almoço.
E o plano mais imediato é pegar uma cerveja na geladeira pra dar uma desbaratinada! Porque o Santo Protetor dos Alcoólatras que me perdoe, mas já fiquei sóbria tempo demais!
Interna gente! E rápido!
2 comentários:
Meu Deus.... me interna junto também?!?! Hehe
Acho que sinto tudo isso e mais um pouco.. aliás, acho também que devo praticar (e muuuito!) o tal do desapego. Como se aprende isso mesmo?! Sei lá... só sei que nada sei! Hehe
A partir disso, só confirmou o q eu já sabia: que tem chão ainda para eu aprender alguma coisa... oh, Deus! Hehe
Bjocassssss e... da próxima vez, vamos sim te raptar... kkk
Po amiga, tudo que tenho a dizer é:
Timão ta mal mesmo ne?!!? rs...
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