sexta-feira, outubro 26, 2007

Se eu... você...?

Se eu te disser que não sei o que sinto você irá me entender?

Se eu te disser que tá tudo confuso, você compreende? Se eu te disser que foi esquisito?

Se eu te disser que me sinto perdida, você me ajuda a me encontrar? Se eu confessar que não sei quem eu sou, você me ajuda a descobrir?

Se eu me irritar, você vai ter paciência? Vai escutar se eu precisar falar?

Se eu de repente pirar, vai saber ouvir minhas paranóias, os meus delírios, minhas histerias, e vai acreditar em mim? Vai me dizer que eu tenho razão?

Se eu me sentir triste e não souber porque, você pesquisa comigo? E se for por coisas terríveis, você segura essa pra mim? Me diz que tudo vai ficar bem?

E se eu por acaso errar? Você me perdoa? Diz que confia em mim?

Se eu me perder no caminho, você me ajuda a achar a saída? Sai comigo do labirinto? Se eu perder o leme, a vela, o rumo, o prumo? Você rema comigo? Me ajuda a descobrir onde fica o Sul?

Se eu chorar no meio da noite, você afasta os fantasmas de mim? Diz pra eles irem embora? E se eles não forem, você fica comigo até amanhecer? Reza comigo uma reza vazia?

E se eu te disser que nem tudo são flores? Você planta algumas pra mim?

Se eu me afastar de tudo, você chega e me impede? Se eu resolver desistir, você me mostra motivos pra continuar? Se eu não vir meu valor, você os relembra pra mim?

Se eu me decepcionar, você me mostra o bom lado da vida? E me faz sorrir de novo? Me faz acreditar no amanhã? Me aponta o futuro que eu quis?

E se eu chorar, você seca minhas lágrimas?

Se eu sair por aí, e mostrar a cara pra vida, você espera eu voltar? E quando eu voltar, você vai me querer?

E se eu resolver que ainda não sei o que quero?

Você vai acreditar?

quinta-feira, outubro 18, 2007

Seis por meia dúzia

Semana passada, minha amiga Alice* sofreu a sua mais recente desilusão amorosa. O gatinho com o qual ela saía quase todos os fins de semana e feriados que passava em sua cidade, subitamente mudou de jeito e de costume, e pegou umazinha bem na sua cara. Desnecessário tentar descrever a dor de Alice: fora substituída por outra enquanto estava fora! Mais tarde, levantamos a hipótese do gatinho (agora transformado em palhaço) ter descoberto que ela também o substituíra por outro carinha, mas apenas uma vez, uma vezinha só, em que ela estava na cidade dele, mas ele não. Logo descartamos a possibilidade. Afinal, quem poderia ter contado à ele? Talvez aquele cara, amigo em comum dos dois caras, aliás, amigo de um, PATRÃO do outro, que apresentou ambos à Alice? Magina.

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O desfecho da história foi a Alice muito louca numa festinha, dizendo pra mim entre dentes que não tinha nada não, logo aparecia algum melhor que ele.

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E por falar nesse amigo em comum aos dois palhaços de Alice, é importante lembrar que ele também é um partidão. Eu mesma tive a (in)felicidade de com ele me envolver. Foi coisa assim de sonho, espetacular e que dura pouco tempo, pois tão logo começou, fui trocada por uma(s) de peitos maiores. Aliás, vale ressaltar que não, isso não aconteceu enquanto eu estava fora, mas pareceu que eu nunca tinha estado. Após uma semana de indignação, tratei de logo o substituir por um genérico: igualmente moreno, cabelos igualmente cacheadinhos, partidão igual porém sem o mesmo tanquinho. A pilantrice também era exatamente a mesma.

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Minha outra amiga Marina* estava saindo há 3 meses com um gatinho lindo, residente do hospital em que ela trabalhava. A despeito de sua avó sempre a ter advertido que onde se ganha o pão não se come a carne, ela decidiu arriscar. E a coisa foi de vento em popa até que ele saiu de férias, e a coisa esfriou. Mesmo assim ele telefonava bastante. Quando ele voltou, foi a vez dela sair de férias, e quando ambos estavam novamente juntos no mesmo ambiente de trabalho, tudo parecia que ia dar certo. Mas não é que o cara continuava a chamando pra sair somente de quarta-feira? Quando ela achou isso estranho, e chamou o cara pruma conversa, ele deu uma de bom moço e jurou que queria se aproximar mais dela, e ela que não deixava. Marina quase se enforcou de tanta culpa, e jurou que dali em diante ia se abrir mais. Dois dias depois, o camarada a chamou pra conversar, e, meio assim sem jeito, confessou que tinha mentido: estava saindo com outra gatinha. Passou 40 minutos dizendo que sofria por não saber o que fazer. Na mesma noite, minha amiga não se deu por satisfeita e fuçou o orkut do calhorda. Status: namorando. Mais um palhaço.

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Algum tempo depois, Marina soube que o doutor-palhaço havia feito a exatíssima mesmíssima coisa com outra pessoa do hospital: sua própria orientadora. Ao que parece, a coisa era sempre assim: na hora que uma pressionava, ele substituía por outra.

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Recentemente, passei pela mesma situação da Marina. Também foi com um cara do trabalho e também fui trocada por outra na calada da noite, que por ironia do destino, tinha o nome mui parecido com o meu. Primeiramente me revoltei. Depois lembrei que também o havia susbtituído enquanto eu estava viajando e ele em São Paulo (com o mesmo palhaço-partidão da história da Alice. Aliás, é a mesma história: cabelos cacheados e muita safadeza). Vai, confesso: o substituí duas vezes. Na mesma cidade. Mas não com o mesmo partidão. Mas foi de saudades. Fazer o que? Ele estava longe...

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Meu amigo Otávio* recentemente terminou com a namorada depois de 7 meses de ponte aérea Rio-São Paulo. Ele é paulistano, mora no Brooklin. Reclamava das horas perdidas em Congonhas. Ontem me telefonou dizendo que estava novamente feliz. A responsável? Mora no Morumbi. E tem casa em Paúba.

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Minha antiga porém fabulosa sandália preta arrebentou bem na tira do dedinho. Ontem o sapateiro me deu a triste notícia, em tom de pesar: “Vale a pela consertar não, dona. Melhor comprar uma nova.” Quase chorei de desespero. Jamais tinha imaginado que um dia isso aconteceria. Afinal...

Somos todos substituíveis???
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* Para preservar a identidade real dos meus amigos, seus nomes foram substituídos...

terça-feira, outubro 16, 2007

Drama


“Achei o final babaca demais, tudo deu certo, que graça tem nisso?”

Foi a partir de uma discussão sobre literatura e cinema com algumas amigas que me peguei a pensar no quão viciadas em drama parecemos estar. Amores impossíveis se tornaram fascinantes, e lágrimas um bom produto final. Um simples filme para crianças só fica bom se sua reviravolta for triste, e os clássicos do cinema estão cheios de romances sofríveis. Finais felizes se tornaram obsoletos.

Pensei em Romeu e Julieta, um romance lendário e absolutamente trágico, sempre um sucesso. Pensei em Love Story, outro grande filme, com Jenny sendo leucêmica. Pensei em Titanic e seu final catastrófico. Pensei em Cidade dos Anjos, Ghost e no amor impossível entre Molly e seu finado Sam, apenas um fantasma – este marcou minha adolescência, com meus hormônios a vapor e muitas lágrimas para chorar. Recentemente, um filme do gênero foi lançado, “E se fosse verdade?”, considerado um filminho “sessão-da-tarde”, bobinho e água com açúcar. Motivo? Um final feliz demais. Shrek ia bem, até a princesa descobrir que também era uma ogra, e transformar um amor improvável em um par mais que perfeito. Suas sequências foram consideradas inferiores ao primeiro filme (como quase sempre acontece), assim como Fiona, que teve de se rebaixar à condição de ogra e abrir mão de seu sangue-azul. Praticamente o oposto de A Bela e a Fera. Tudo feliz demais.

Quantas vezes já estive na tradicional situação do “está tudo bem demais, há algo errado nisso”? Estranhamos quando não há problemas, e chamamos trabalhos confortáveis de desmotivadores, reduzimos relacionamentos saudáveis a simples rotinas, e sentimos falta de fortes emoções, desafios, ou um bom e velho frisson. Mas afinal, de que emoção estamos falando? Por que insistimos em dizer que um final feliz é previsível, se o que de menos previsível existe na vida real são os finais felizes?

Será que nos acostumamos tanto com as dificuldades afetivas de nossas vidas modernas que passamos a considerar finais felizes absolutamente utópicos e inatingíveis? Ou será que a dificuldade vem justamente do fato de considerarmos os finais felizes um pouco demais para nós, e então criamos problemas? Será que os homens estão certos quando dizem que estamos tentando fazer tomada virar focinho de porco? Em que momento o romance se perdeu e os dramalhões tomaram conta? Somos realmente viciados em rejeições e problemas? Pensando em finais felizes e amores impossíveis, ogros e fadas, amor entre primos ou desigualdade social, no que se refere aos relacionamentos, não pude evitar de me perguntar: nós precisamos de drama para fazer nossas relações funcionarem?

Praticamente todos os meus amigos homens evitam ligar para uma mulher no dia seguinte, mesmo que tenham realmente gostado de conhecê-la. Motivo? Correm o risco de serem vistos como bobos. Preciso concordar com eles: em algum momento entre Adão & Eva e Pitt & Jolie, as mulheres passaram a gostar do improvável. Canso de ver mulheres por aí inventarem motivos para discutir a relação, sem pensar que talvez pela própria relação suas perguntas possam ser respondidas. Também vejo montes de mulheres desprezarem homens incríveis justamente por eles estarem interessados nelas. Eu mesma me encanto com amores idealizados e totalmente impossíveis, tenho gosto por um bom canalha e uma certa pena dos bonzinhos, como se a meta final fosse um coração partido e uma linda história para contar. Este sim, um Grand Finale!

Afinal, qual o problema com os finais felizes? Será que nos borramos de medo de que um dia aconteça conosco, e então, desesperadas, tenhamos que dizer “Sim, eu aceito” e aí encarar todas as agruras de uma vida feliz? Ou somos simplesmente histéricas, incapazes de aceitar nossa própria falta, e assim, ficaremos sempre procurando, procurando, procurando, e achando apenas aquilo que um dia, fatalmente, viremos a perder, para então recomeçar a busca, nos arrependendo pelos erros do passado e desejando voltar no tempo?

Odeio dizer isso, mas tem horas em que ser mulher me cansa. Os finais felizes me cansam, mas o drama tem me cansado mais ainda.

E é por isso que, a partir de agora, vou tomar menos champagne e mais cerveja, ver menos romances e mais comédias, vou assistir menos filmes e mais futebol, que embora também seja dramático, tem pelo menos um lado bom: há sempre uma nova chance de final feliz quando um novo campeonato recomeça. Corta!

sábado, outubro 06, 2007

Nothing between

Come on, cuz you are there and I´m so far away, there are thousand people between us. Come on, it´s all about knowing our bounderings, I ain´t get envolved and neither you would, all depends on how long do you want me to stay.
Nothing is really interesting tonight, not even this table between me and you. I stare at you from the other side, you know what it´s like, and you stare at me too but not in the eyes – your look fixes a little bit above my knees. Mine stops in your chin, or in the curly grey hair you show these days.
I want it, you too, it´s nothing we´ve never done before, nothing would stop me to having it tonight. I´ll go to the bar, and get you when I´m coming back, can you take me somewhere else, off this boring party? Take me home, to streets, to the sky.
You look so beautiful in this white shirt, would be as gourgeous whitout it too. I can take it off and dress you with dreams, tonight there´s everything and nothing between you and me, there´s only your fear, but I feel it too. Let the fear sleeps toninght, I´ll sleep with you and nobody will be alone.
Don´t fuck everything with fears ans beliefs, or loving scars, we can do it now and think about later. Feelings will be out the door.
It´s nothing important, just you and me manipulating our senses, destroying old ghosts, relaxing our nerves and faking it all.