terça-feira, fevereiro 02, 2010

Buraco Negro


Tenho me sentido completamente louca. Instável, volúvel, frágil de verdade. Quero coisas, mas quando elas aparecem, já não quero mais. Em outros momentos, odeio fazer algo, mas quando me surge a oportunidade ideal de interromper isso, me falta força pra sair da inércia e da mesmice. Rejeito algo sentindo culpa e gritando ao mundo que não é um abandono, mas quando este algo concorda comigo, me sinto rejeitada. Quero vencer na vida, mas ao menos sei o que esta vitória significa. Desconheço o troféu. Me paralisa ver as águas desta correnteza avançarem velozes, enquanto tenho medo. A ansiedade me destrói quando percebo que estou nadando lentamente demais. Me sinto mal. Me sinto carente a maior parte do tempo, me sinto rejeitada a maior parte do tempo. Sei que isso tem pouca, ou talvez nenhuma, ligação com a realidade. Tudo se passa aqui dentro de mim, buraco negro. Nenhum afeto que chega é suficiente. Às vezes me pergunto se é o formato, se é o tamanho, se é o tipo. Parece-me que chave nenhuma encaixa nesta fechadura. Tenho expectativas imensas sempre a respeito de tudo. É lógico, estou sempre carente, e os carentes são os que mais esperam, e geralmente os que mais se frustram. Mas como é difícil não criar expectativas quando tudo o que te traz esperança é a possibilidade de mudar. Mudar e ao mesmo tempo permanecer sempre a mesma. Mudar e me redescobrir por completo. Mudar e voltar a ser, com serenidade, aquela que sempre fui, mas que de alguma forma, deixei de ser há muito tempo.

4 comentários:

Dr. do absurdo disse...

Acho que isso é meio coletivo. Todo mundo se sentindo assim, dever ser o começo do ano...


Voltarei aqui também. Beijos

Edilson disse...

Hum! Será realmente um buraco negro, ou apenas a vontade de receber em troca tudo aquilo que voce despende aos outros, na mesma proporção?

Às vezes contamos com isso, e por não receber, nos angustiamos, e até, de certa forma, nos desampontamos, por não receber em troca, tudo na medida em que oferecemos; pelo menos é o que eu penso. Beijo.

H. Machado disse...

Talvez o grande porquê deste devaneio todo seja o fato de o troféu estar no desconhecido. É sempre o desconhecido que nos move, mesmo, não?

raul bele disse...

nem terminei. fala sério maninha!
palavras nos livros!