Tenho me sentido completamente louca. Instável, volúvel, frágil de verdade. Quero coisas, mas quando elas aparecem, já não quero mais. Em outros momentos, odeio fazer algo, mas quando me surge a oportunidade ideal de interromper isso, me falta força pra sair da inércia e da mesmice. Rejeito algo sentindo culpa e gritando ao mundo que não é um abandono, mas quando este algo concorda comigo, me sinto rejeitada. Quero vencer na vida, mas ao menos sei o que esta vitória significa. Desconheço o troféu. Me paralisa ver as águas desta correnteza avançarem velozes, enquanto tenho medo. A ansiedade me destrói quando percebo que estou nadando lentamente demais. Me sinto mal. Me sinto carente a maior parte do tempo, me sinto rejeitada a maior parte do tempo. Sei que isso tem pouca, ou talvez nenhuma, ligação com a realidade. Tudo se passa aqui dentro de mim, buraco negro. Nenhum afeto que chega é suficiente. Às vezes me pergunto se é o formato, se é o tamanho, se é o tipo. Parece-me que chave nenhuma encaixa nesta fechadura. Tenho expectativas imensas sempre a respeito de tudo. É lógico, estou sempre carente, e os carentes são os que mais esperam, e geralmente os que mais se frustram. Mas como é difícil não criar expectativas quando tudo o que te traz esperança é a possibilidade de mudar. Mudar e ao mesmo tempo permanecer sempre a mesma. Mudar e me redescobrir por completo. Mudar e voltar a ser, com serenidade, aquela que sempre fui, mas que de alguma forma, deixei de ser há muito tempo.
nós e garganta
Há 12 anos
4 comentários:
Acho que isso é meio coletivo. Todo mundo se sentindo assim, dever ser o começo do ano...
Voltarei aqui também. Beijos
Hum! Será realmente um buraco negro, ou apenas a vontade de receber em troca tudo aquilo que voce despende aos outros, na mesma proporção?
Às vezes contamos com isso, e por não receber, nos angustiamos, e até, de certa forma, nos desampontamos, por não receber em troca, tudo na medida em que oferecemos; pelo menos é o que eu penso. Beijo.
Talvez o grande porquê deste devaneio todo seja o fato de o troféu estar no desconhecido. É sempre o desconhecido que nos move, mesmo, não?
nem terminei. fala sério maninha!
palavras nos livros!
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