segunda-feira, abril 13, 2009

Como cães e gatos

Hoje, na Mundo Mundano


Cães e gatos são indiscutivelmente diferentes, e isso ninguém pode negar. Mas o fato é que ambos são animais, e assim possuem algo em comum - a convivência entre caninos e felinos só é tão complicada por causa de suas falhas de comunicação.

Enquanto os cães rosnam quando bravos e abanam o rabo quando felizes, com os gatos ocorre o inverso: quando felizes, os gatinhos ronronam. E se estão bravos, você logo percebe pelo movimento da cauda, que não para quieta. É claro que um cenário assim é favorável para os conflitos. Quando a comunicação é cruzada, como podem cães e gatos, gregos e troianos, homens e mulheres, falarem a mesma língua?

Se o que nos diferencia dos macacos é a nossa capacidade de controlar os impulsos e comunicar pensamentos e sentimentos através da linguagem oral, por que é que hoje em dia as pessoas praticamente não conseguem mais se comunicar? Por que todos gritam tanto? Será que os seres humanos estão perdendo, pouco a pouco, a habilidade de conversar?

Um caso clássico é o diálogo claramente desfuncional entre homens e mulheres, o que frequentemente geram nos homens a célebre dúvida: o que querem as mulheres? Não é de hoje que machos e fêmeas não se entendem, e isso fatalmente porque entram em jogo as questões emocionais.

No início do relacionamento, quando os instintos estão no comando, tudo vai muito bem. Mas espere dois seres essencialmente diferentes partirem para o plano afetivo e tentarem dialogar e o circo estará armado: a extrema subjetividade da mulher e o pragmatismo do homem são como rosnados e rabos abanando – a compreensão está condenada.

Enquanto para um homem é a comunicação verbal que conta (o conteúdo), para a mulher é muito mais significativo o tom de voz, o olhar ou, mais ainda, a história prévia do casal – se as coisas já não vão muito bem, a interpretação da mulher já estará negativamente predisposta.

A praticidade e objetividade do homem não colaboram para que suas expressões corporais/vocais sejam satisfatórias para a mulher que, por sua vez, se perde em meio à sua subjetividade, dando voltas e mais voltas em torno de si mesma, irritando os machos de plantão.

“Não foi isso que eu disse” é a frase mais comum entre homens e mulheres, e admito, do alto das minhas tamancas, que as mulheres tendem a complicar sim. E isso porque muita gente por aí não diz exatamente o que pensa, e se perde em meio aos floreios das justificativas tentando evitar possíveis mágoas. Eu, entusiasta da verdade, diria que frases do tipo “Não que eu...” são o Samsara da comunicação – uma forma de iludir e mascarar os verdadeiros conteúdos do diálogo.

Não é mais fácil dizer a verdade em apenas uma frase, em vez de ocupar todo um parágrafo? Isso não resolveria de vez as diferenças essenciais entre mulheres-cadelinhas e meninos-felinos (sem julgamentos nas associações!)?

Se entre cães e gatos a melhor alternativa é separá-los, entre homens e mulheres a coisa já não é tão simples. Talvez o melhor caminho seja não se levarem tão a sério e cortarem a prolixidade emocional. Valham-se de seus instintos, utilizando-se da transparência total e também da sutileza: o caminho do meio é sempre o mais sensato.

Dizem que só há espaço para o mau diálogo quando se afastam os corações - se for assim, acalmem-se, meninos e meninas! O equilíbrio e a boa comunicação moram ambas sob o mesmo teto: o da honestidade, da compaixão e da sensibilidade.

2 comentários:

Marcello Fiore disse...

Utopicamente, se todas vocês, meninas-caninas tivessem consciência de todas essas características, tudo realmente seria bem mais fácil...

Priscila Rocha disse...

AMEI essa foto!
Huhuhuuhuhuhuhuhu!