domingo, julho 05, 2009

fora da linha


Acordo lentamente com a cabeça pesada. A memória falha em resgatar certos detalhes do episódio. A boca está grudando, os olhos secos como carpete. A garganta arranha. O corpo dói e me ressinto – tudo outra vez.

Desta vez não houveram culpados, a não ser a consciência. Nada foi errado, exceto a abordagem. Nada de arrependimentos, não fosse a vontade de hoje de jamais ter estado lá. Acolho os flashes de lembranças tendo consciência de que algo foi perdido – a inocência e a ingenuidade deste reencontro, de outros, de tantos que jamais existiram. A sensação de que fugi da proposta inicial se revela aterradora.

Como se desta forma nós jamais tivesse tentado, abandono qualquer outra tentativa de merecimento. Falhei em tentar caminhar sobre o espectro cinza que existe entre o branco e o preto, entre o coração e a mente, entre o espírito e a carne. Me entreguei entre os extremos opostos. Naquele momento nenhuma virtude habitava meu corpo, a não ser a certeza inabalável de que, apesar de profundamente errado, não havia nada demais em simplesmente tentar ser eu mesma novamente.

2 comentários:

Luli disse...

ressaca moral? livre-se disso. life is short, too short.

Leonardo disse...

Oi Nana,

Obrigado pela visita ao blog! Como eu já disse lá e repito aqui: é ótimo receber comentários!

E sobre os patos... Sem contar a foto, o post não é nada anserino!

Eu estava falando do post http://noiasedelirios.blogspot.com/2009/06/thank-you.html

Curto, direto e bem na mosca. Me fez pensar muito! Me inspirou. Aguarde!!

Beijo