quarta-feira, dezembro 23, 2009

2009, check...?


2009 se encerra de maneira epopéica. Que ano.

Teve deprê, teve alegria, teve crise e teve fartura.

Teve redescoberta.

Houveram muitas horas em que duvidei da minha capacidade e muitas, muitas outras, em que elas foram confirmadas. Mas o que ficou nos bastidores, e que não foi aberto ao público, é que foi preciso um esforço hercúleo pra dominar a ansiedade que batia toda hora em que eu me pus à prova.

Especialmente no sentido profissional – que fodíssima superar a minha própria ansiedade e cuidar das dos outros! O destino, ironicamente, tratou de me mandar, um após o outro, pacientes com transtornos de ansiedade...

Que cara de pau eu tive que ter pra defender algumas dicas de controle emocional que eu mesma desenvolvi pra poder, finalmente, receber alta da medicação... técnicas, estratégias, confiança em mim mesma, às vezes de verdade, às vezes fingindo só pra poder continuar avançando.

Hipocrisia?
Meta!

Um terço da meta profissional alcançada, e que venha o resto pra eu saborear, como dizia o Raul, com amor e com medo.

E por falar em amor e medo... cheguei no fim da listinha bolada mentalmente de Coisas Importantíssimas a Tratar Antes de Um Novo Relacionamento. Que situação, ali estava o último item, tão relegado às traças! Profissão, check!, Saúde, check! Kickboxing, check!, aulas de dança, check!, Projeto Mulherzinha, check!, escrever mais, check!, rancores, check!, amigos, check!

O que mais eu poderia fazer? Criar novos itens e encaixa-los, preguiçosamente, acima da minha vida afetiva? Sapatos, bolsas, pedicure?

Mas a vida dificilmente nos livra de algo que pede para ser cuidado. E os Deuses da Ansiedade me botaram novamente à prova, desenhando na minha frente a possibilidade de fazer diferente e me arriscar num novo relacionamento.

Check?

Tsc tsc!

Nem tudo é tão simples assim, e confesso que abandonar o individualismo, abraçar o companheirismo e CEDER são algumas das coisas mais difíceis que já enfrentei na vida!

Mas vamos em frente, que as listinhas de resoluções de Ano-Novo foram abandonadas há tempos e, pra quem acha que o ano acabou, notícia: ainda há muito a ser trabalhado nestes últimos dias que nos restam...

Avante! Todo bom samurai sabe muito bem: pedra que rola não cria limo.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Acorda Kassab!!!


Da rua em que eu moro até a casa de um pacientinho são mais ou menos 12km. Eu to aqui na Centro-oeste, ele em Moema.

Quando comecei a atendê-lo, uns dois anos atrás, eu saía de casa às 5h45 pra estar lá as 6h30. Às vezes chegava antes e comia uma empada ali na Empada Carioca. Semana passada eu saí as 5h30 e cheguei 20 minutos atrasada.

Hoje, após 5 minutos de chuva, voltei do meio do caminho. Na Radio Sul America (obrigaaaaaaaaada), já noticiavam os primeiros pontos de alagamento na Zona Oeste. A Leste já estava totalmente alagada.

Menos R$60,00 no bolso acaba não sendo nada perto do aborrecimento do carro travar no meio de um alagamento. Pra galera que nunca tem nada, mas quando chove perde tudo, fica aquela broxada e aquele inconformismo de que a 5ª maior cidade do mundo, quando chove, simplesmente não anda mais.

Se eu fosse a responsável por uma coisa dessas, não conseguiria dormir a noite.

Acorda Kassab!!!!

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Duco

Não existem formas de controlar a tristeza quando a esperança de mudar abandona nossas terras. É o conformismo, a resignação, a falta de iniciativa que destroem as nossas crenças. Fazem a gente andar ao contrário, progredir pra trás, voltar pra frente, caminhar em círculos.

Nem tudo faz o sentido que eu gostaria que fizesse, talvez me falte aceitação de que o mundo é o que é e ponto. As pessoas são o que são e ponto. Dificuldades existem e ponto. Mas como abandonar o entusiasmo da crença pela mudança, desta guerra pelo entendimento, e me acomodar, pesada e tediosa, em cima deste ponto?

Acreditar na felicidade como a ausência de tristeza nunca me convenceu. Fazer banquetes de migalhas jamais me satisfez, entendo que talvez todos tenham o que mereçam, os erros são conseqüências de muitos outros, quem enxerga mais deve poder ceder mais. Tem que ser flexível. Tem que admitir, tem que assumir as responsabilidades.

Aceito e acolho que nem sempre seremos felizes o tempo todo, mas também acredito convictamente e com tranqüilidade que se fui eu mesma que me coloquei nesta situação, sem dúvida alguma posso me retirar dela.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Faixa marrom, OSSU!

Pra quem não consegue nem me imaginar lutando, aqui vão alguns momentos bem sucedidos do meu exame de faixa... OSSU!


Yoko Geri (chute lateral na altura do estômago)


Jodan Mawashi Geri (chute circular na cabeça)


Jodan Ushiro Mawashi Geri (chute circular giratório na cabeça)

terça-feira, dezembro 01, 2009

Non ducor...

Eu tenho o costume de não olhar pro lado positivo das coisas e viver procurando defeitos. Não posso dizer que já consegui eliminar meus velhos hábitos, nem tampouco que virei uma otimista inveterada, mas percebo certas coisas evoluindo.

Após 3 anos e meio de treinamento ferrenho nas Artes Marciais do Kickboxing, fui submetida ao maior e mais angustiante teste que uma ansiosa como eu pode vivenciar: avaliação técnica, individual, na presença de mais de 50 pessoas.

Tremi, tive insônia, fiz cocô no banheiro do Barateiro. Minha garganta travou, minhas mãos suaram, chorei no banheiro (ao que parece, o banheiro é o refúgio dos desesperados). Briguei com o namorado. Perceber meu nível de desespero me deixou cada vez mais desesperada.

Uma hora voltei a mim e me pus no meu devido lugar. Parei de chorar e me conformei com a minha dificuldade de enfrentar certas situações, seja um exame de faixa, seja conhecer os amigos do namorado. Ter medo das coisas há muito deixou de me impedir de fazê-las. Segui em frente.

60 minutos depois, cansada, destruída, com hematomas, sem ar, exposta... conquistei a faixa marrom e ganhei o título de Senpai. Entendi finalmente que não me era cobrada a perfeição. Me é permitido errar.

Ainda achando que não fiz o meu melhor (nem no exame, nem no controle da minha ansiedade), procuro desfrutar do alívio do depois, sabendo que muito mais virá pela frente. Como quem ganha 15 minutos de descanso em meio a uma maratona, me resolvi por desfrutar do agora, salvando oxigênio pras batalhas futuras.

Desfrutando do novo título e à espera da faixa marrom que há de consagrar o meu esforço, descubro finalmente que investir e batalhar pelo meu futuro é a forma mais segura de poder prevê-lo: não sou conduzida. Conduzo.