sábado, novembro 25, 2006

Uma mentira, uma historia, uma defesa - mais uma sobre o nariz de palhaço

A cena é clássica: mulher chora as pitangas do término do namoro no colo da amiga, que alguns meses (ou dias) depois, acaba por dar pro dito ex-namorado dentro de um carro sujo, em alguma ruazinha obscena da cidade de São Paulo. O que se segue é típico, do ‘como ela pode fazer isso comigo?’, passando pelo ‘é um filho da puta mesmo’, indo direto e reto pro fatal ‘como sou otária’.

E aí a moça olha no espelho e consegue ver o nariz de palhaço com uma nitidez tenebrosa: ‘fui uma trouxa!’. Trouxa. Trouxa. Em luzinhas néon piscando na testa: SOU TROUXA.

Trouxa?

Ora faça-me o favor, quando foi que confiar nos outros virou sinônimo de ser otária? Quando foi que ser desconfiada e andar na defensiva virou atitude louvável?

Quando foi que traições deixaram de ser surpresas?

Já dizia meu pai: as pessoas dignas de confiança se conta nos dedos de uma mão, e sobra dedo. Mesmo que você seja como o Lula e só tenha 4 dedos e pouca inteligência, confiança se conta em uma mão e sobra dedo.

Sei bem como é a sensação de ser passada pra trás, minha amiga... é foda. Foda pra caralho. A gente quer enfiar a cabeça na privada e dar a descarga. E passa algumas semanas se culpando pela culpa dos outros.

Quando foi que o rabo passou a abanar o cachorro??

É exatamente por estas e outras, que corre por aí o dito popular de que amizade de homem é mais fiel do que de mulher. Mulher é muito recalcada, adora um bom barraco, uma boa putaria, uma boa palhaçada. Mulher adora uma marmelada, sim senhor. Os recalques de uma mulher são poderosos o suficiente pra faze-la passar por cima de muita coisa, em nome de um pouquinho de massagem no ego e de uma boa trepada.

Quando foi que a gente teve que começar a lutar pra confiar em alguém?

Palhaçada, das boas. E com uma pessoa que eu amo. Não dá pra acreditar. Mexeu com as pessoas que eu amo, mexeu comigo, quem me conhece sabe como é. Neutralidade? Imparcialidade? O caralho.

Quando foi mesmo que descer do salto ficou mal visto?

Um recadinho pra mais nova sangue-ruim do pedaço, cruza a rua quando me vir, porque agora é hora de upper de direita, jab, direto. Agora é hora da calúnia e da indecência. É hora de defender os irmãos. ‘Uma fatia do bolo, se orienta doidão!’

Cruza rua, loirinha, e se enfia num buteco pra mais uma cerveja ordinária como você. Palhaçada, como poucas. E como diz o Mano Brown, ‘asté la vista’.

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