Com mais frequência do que talvez eu devesse, faço perguntas aqui no blog. Espero as respostas, as avalio, construo novos pensamentos. E assim a vida segue.
Dificilmente respondo eu mesma as perguntas que faço. Pelo motivo de estar numa linha contínua de raciocínio, acabo me sentindo no direito de não pular uma linha para expor o que eu mesma faço das coisas que escrevo.
Hoje, eu me senti desonesta com esta atitude. Me senti desonesta comigo mesma, e não descansei enquanto não parei para pensar em cada uma das perguntas, cada uma das respostas. Eu devo isso – ao blog? Não, a mim mesma.
Você tem medo do que?, eu perguntei outro dia. Chamei todo mundo de prepotente por tentarem controlar o coração. Pedi silêncio pra quem tentou colocar em palavras o que não soube expressar no olhar. Eu critiquei quem não usou as palavras certas.
Eu sou uma hipócrita. Hipócrita com agá maiúsculo. Esse blog de repente me pareceu uma tentativa enorme de me convencer de tudo o que eu deveria fazer e não faço, do oposto do que eu sinto, do reverso do que eu penso. Eu quase peço desculpas: eu sou uma farsa.
Eu tenho medo de tantas coisas que acabo racionalizando a explicação dos meus medos, me tornando tão prepotente quando julguei serem aqueles que colocam a razão acima do coração. O meu coração é bobo, coitado! Ele morre de vontade de amar. Ele morre de medo de ser partido em pedacinhos. Eu posso ter um olhar blasé, como um amigo outro dia bem observou, mas é uma puta defesa.
O Ricardo já cansou de dizer pra mim, transcrevo aqui o que de mais verdadeiro ele já disse: “...enquanto eu acredito que só pode haver amor quando não há 'amor' (o que achamos que ele é), você, mais cruel ainda, nem se preocupa mais com isso... ou se preocupa? - e por isso seus textos soam sempre tristes, apertados contra o peito...” Ricardo, você está certo. Eu finjo bem pra caramba. Eu mascaro o meu romantismo como algo que sei estar fadado ao fracasso, mas ah!, como eu lido bem com isso, como eu sou super ultra bem resolvida com o fato de que às vezes o amor parece estar extinto!
É, eu sou uma farsante. Do alto das minhas tamancas eu vivo por aí afirmando, “é possível ser feliz sozinho, esqueçam o romance pois ele acabou, adaptem-se ao fato de que hora ou outra você tomará uma rasteira – é melhor se acostumar e ir calejando desde já”. Mentirosa, não sinto nada disso.
Eu não sou assim. Eu não quero ser assim. Eu sou sim uma romântica inveterada. Eu queria muito me deixar conhecer. Queria muito mostrar que posso ser bem menos crítica se estiver me sentindo querida, cuidada, se estiver confortável. Eu sou sim uma mulher que cuida, que pode até reclamar, mas que deixaria sim de ir viajar num fim de semana pra ficar em Sampa com alguém de quem eu gosto.
A quem eu tento enganar? Dizendo por aí que não tenho nem tempo pra amar alguém, que estou envolvida demais comigo mesma pra me relacionar com alguém? Cada uma das pessoas que nos últimos tempos se mostraram curiosas ao meu respeito eu afastei – frustrei colocando uma verdadeira carapaça entre mim e o outro. Eu não sou humana, eu sou um crustáceo: eu tenho um exoesqueleto forte por fora, por dentro sou mole como um marisco.
Eu não quero mais ter medo. Por mais que o medo me proteja de perigos reais, eu não quero mais paralizar por conta dele. Foda-se se eu irei me machucar pra valer desta vez, eu não quero mais temer dar um telefonema, abrir um sorriso verdadeiro, chega de tensão! Meus ombros estão pedindo pra serem relaxados há tanto tempo!
Pra quem acha que eu sou uma fortaleza, está aqui a verdade: não, eu não sou forte pra cacete, sou uma maria-mijona que tem crises de ansiedade por qualquer coisinha. Eu ainda tenho muita dificuldade na meditação, eu critico no outro aquilo que mais destesto em mim mesma, eu faço cara de metida quando estou com medo. Faço cara de cú por pura insegurança. Eu morro de medo de ser abandonada. Eu sou do tipo que acha que alguém pode facilmente deixar de gostar de mim por minhas coxas serem grossas demais. Eu prefiro fugir de uma situação do que apostar na chance de algo dar certo. Eu penso mil vezes antes de fazer qualquer coisinha minimamente diferente. Eu sou uma cagona, e fatalmente me machuco antes que outra pessoa o faça.
Eu precisei me violar, descer ao fundo do poço, ser baixa e cruel comigo mesma, agir como quem não vale nada, pra chegar à brilhante conclusão que eu já sabia há séculos: ok, mundo, eu até posso me adaptar e ser alguém tão casual quanto você espera. MAS EU NÃO QUERO.
O meu olhar blasé, querido amigo, significa que eu não tenho, naquele momento, uma resposta à altura. Eu sou o maior clichê do anti-clichê: uma mulher clássica que gasta dinheiro em sapatos quando se sente insegura.
De agora em diante, eu quero tentar ser, comigo mesma e com todos que eventualmente leiam meus textos, o mais honesta possível. Eu creio que na abertura das portas desta represa, água pra caralho irá rolar. Botes e coletes salva-vidas são bem vindos.
Eu sou o que eu sou e não escondo mais isso. Mas ser quem eu sou tem um preço alto a ser pago. Eu estou pagando – isso pode ser assustador. Salve-se quem puder. Quem viver, verá.
Dificilmente respondo eu mesma as perguntas que faço. Pelo motivo de estar numa linha contínua de raciocínio, acabo me sentindo no direito de não pular uma linha para expor o que eu mesma faço das coisas que escrevo.
Hoje, eu me senti desonesta com esta atitude. Me senti desonesta comigo mesma, e não descansei enquanto não parei para pensar em cada uma das perguntas, cada uma das respostas. Eu devo isso – ao blog? Não, a mim mesma.
Você tem medo do que?, eu perguntei outro dia. Chamei todo mundo de prepotente por tentarem controlar o coração. Pedi silêncio pra quem tentou colocar em palavras o que não soube expressar no olhar. Eu critiquei quem não usou as palavras certas.
Eu sou uma hipócrita. Hipócrita com agá maiúsculo. Esse blog de repente me pareceu uma tentativa enorme de me convencer de tudo o que eu deveria fazer e não faço, do oposto do que eu sinto, do reverso do que eu penso. Eu quase peço desculpas: eu sou uma farsa.
Eu tenho medo de tantas coisas que acabo racionalizando a explicação dos meus medos, me tornando tão prepotente quando julguei serem aqueles que colocam a razão acima do coração. O meu coração é bobo, coitado! Ele morre de vontade de amar. Ele morre de medo de ser partido em pedacinhos. Eu posso ter um olhar blasé, como um amigo outro dia bem observou, mas é uma puta defesa.
O Ricardo já cansou de dizer pra mim, transcrevo aqui o que de mais verdadeiro ele já disse: “...enquanto eu acredito que só pode haver amor quando não há 'amor' (o que achamos que ele é), você, mais cruel ainda, nem se preocupa mais com isso... ou se preocupa? - e por isso seus textos soam sempre tristes, apertados contra o peito...” Ricardo, você está certo. Eu finjo bem pra caramba. Eu mascaro o meu romantismo como algo que sei estar fadado ao fracasso, mas ah!, como eu lido bem com isso, como eu sou super ultra bem resolvida com o fato de que às vezes o amor parece estar extinto!
É, eu sou uma farsante. Do alto das minhas tamancas eu vivo por aí afirmando, “é possível ser feliz sozinho, esqueçam o romance pois ele acabou, adaptem-se ao fato de que hora ou outra você tomará uma rasteira – é melhor se acostumar e ir calejando desde já”. Mentirosa, não sinto nada disso.
Eu não sou assim. Eu não quero ser assim. Eu sou sim uma romântica inveterada. Eu queria muito me deixar conhecer. Queria muito mostrar que posso ser bem menos crítica se estiver me sentindo querida, cuidada, se estiver confortável. Eu sou sim uma mulher que cuida, que pode até reclamar, mas que deixaria sim de ir viajar num fim de semana pra ficar em Sampa com alguém de quem eu gosto.
A quem eu tento enganar? Dizendo por aí que não tenho nem tempo pra amar alguém, que estou envolvida demais comigo mesma pra me relacionar com alguém? Cada uma das pessoas que nos últimos tempos se mostraram curiosas ao meu respeito eu afastei – frustrei colocando uma verdadeira carapaça entre mim e o outro. Eu não sou humana, eu sou um crustáceo: eu tenho um exoesqueleto forte por fora, por dentro sou mole como um marisco.
Eu não quero mais ter medo. Por mais que o medo me proteja de perigos reais, eu não quero mais paralizar por conta dele. Foda-se se eu irei me machucar pra valer desta vez, eu não quero mais temer dar um telefonema, abrir um sorriso verdadeiro, chega de tensão! Meus ombros estão pedindo pra serem relaxados há tanto tempo!
Pra quem acha que eu sou uma fortaleza, está aqui a verdade: não, eu não sou forte pra cacete, sou uma maria-mijona que tem crises de ansiedade por qualquer coisinha. Eu ainda tenho muita dificuldade na meditação, eu critico no outro aquilo que mais destesto em mim mesma, eu faço cara de metida quando estou com medo. Faço cara de cú por pura insegurança. Eu morro de medo de ser abandonada. Eu sou do tipo que acha que alguém pode facilmente deixar de gostar de mim por minhas coxas serem grossas demais. Eu prefiro fugir de uma situação do que apostar na chance de algo dar certo. Eu penso mil vezes antes de fazer qualquer coisinha minimamente diferente. Eu sou uma cagona, e fatalmente me machuco antes que outra pessoa o faça.
Eu precisei me violar, descer ao fundo do poço, ser baixa e cruel comigo mesma, agir como quem não vale nada, pra chegar à brilhante conclusão que eu já sabia há séculos: ok, mundo, eu até posso me adaptar e ser alguém tão casual quanto você espera. MAS EU NÃO QUERO.
O meu olhar blasé, querido amigo, significa que eu não tenho, naquele momento, uma resposta à altura. Eu sou o maior clichê do anti-clichê: uma mulher clássica que gasta dinheiro em sapatos quando se sente insegura.
De agora em diante, eu quero tentar ser, comigo mesma e com todos que eventualmente leiam meus textos, o mais honesta possível. Eu creio que na abertura das portas desta represa, água pra caralho irá rolar. Botes e coletes salva-vidas são bem vindos.
Eu sou o que eu sou e não escondo mais isso. Mas ser quem eu sou tem um preço alto a ser pago. Eu estou pagando – isso pode ser assustador. Salve-se quem puder. Quem viver, verá.
7 comentários:
acho justo e em boa hora. go get it, girl.
My dear, my dear, talvez você se cobre demais, apenas isso... o que eu quis dizer nem era tão profundo quanto você captou ou até era mas dito assim no lugar de um cafuné quando eu preferia que fosse um cafuné - mas eu estico a mão e cadê seus cabelos loiros?
Nunca vi farsa em você. Pelo contrário, via realidade até demais. Talvez você que não visse isso ou como de certa forma disse não queria que vissem isso. Às vezes me pergunto se é mais fácil se fazer de forte quando se é frágil ou se fazer de frágil quando se é forte? E a resposta é simples o mais fácil é ser forte quando se é forte e ser frágil quando se é frágil. Não é reconhecer os seus limites, mas saber de todas as suas potencialidades. Você é uma 'menina' cheia delas. Quem viver verá, bem já disse. Não há um certo e um errado, há a sua felicidade. É dela que o seu sorriso depende. E você tem um sorriso lindo.
Eu não tenho palavras pra você, e não acho que não seja humana..
És humana pra caralho e eu admiro isso em vc!
Você é minha Parceira... com P maiúsculo! Quando quiser tô aqui ó!
Sei que às vezes fica um pouco difícil se encontrar por conta da minha casa e trabalho serem um local público, mas já está chegando ao fim!
Quando voltas?
BJOK!
O que voce é? Apenas honesta.
Disfarça? Apenas mecanismo de defesa. O que necessariamente não significa que haja em voce uma farsa.
É isto.
Beijo.
Você é demasiada humana, that'so! Com todos os defeitos e qualidades , vc é perfeita ao olhos de terceiros. mocinha, a sua autodefesa me comove.
Obrigado pela visita ao FdG. Medo, medo, medo. Este é o contrário do amor que a gente tanto quer dar e receber. Eu também tenho medo, exatamente este de que você falou. Este que dá pânico e ansiedade, nos momentos mais ridículos e inesperados. E eu me acho ridículo. Mas a vida continua, e a única forma de não sentir medo é mergulhar de cabeça na piscina em vez de ficar olhando para ela da beirada...
Beijodaí.
pois eu acho que todo blog serve prá gente bancar a gostosona e fingir que é um monte de coisa que a gente quer ser.
ou essa sou apenas eu?
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