segunda-feira, novembro 17, 2008

silêncio_um pedido

Desvio de suas palavras como um condenado diante do pelotão de fuzilamento: não tenho chance alguma. Use a sua compaixão, solidarize com a minha já fatigada escuta, poupe vocabulário se suas atitudes puderem falar mais. Se sua imagem valer mil palavras por favor me avise, extraio as informações que necessitar, mas diante de sua metralhadora verbal meus ouvidos perdem a linha – o coração interfere, a neurose se mete onde jamais foi chamada. O seu discurso fica opaco.

As palavras foram inventadas para quem não consegue falar com os sentidos, dar nomes aos bois não os diferencia, às vezes os torna tão iguais a qualquer outro animal – não me importa se o termo correto é sexo, amizade, amor, carinho, afeto, respeito, dê você os rótulos que quiser, me basta um gesto que te chamarei de ninguém, basta um toque pra te transformar em alguém. A escolha fatalmente será de nós dois, depende dos caminhos que tencionamos seguir e estes caminhos não têm nomes, nossas virtudes são inomináveis, não inventaram ainda um verbo pra nós.

As minhas frases têm cada vez menos estrutura, perto de você meu sujeito oculto sempre se revela. Não tem futuro, não tem pretérito, por favor não (con)juLguemos. Não existe nome no mundo que seja adequado a mim e você. Somos apenas e tão somente adjuntos adnominais – acessórios da nossa oração, modificadores de um nome que não sabemos qual é. Poupemos saliva, é como um dia eu ouvi, é melhor calar grandes verdades do que dizer mínimas besteiras.

2 comentários:

Zé Gota disse...

bá!!!

Fernanda Rossinih disse...

Realmente as vezes as atitudes dizem mais do que mil palavras e o silencio entao... ui! rs
saudades!