Quando a campainha toca e começa a luta, todo o resto perde o sentido. Nada do que acontece lá fora faz mais a menor diferença. Um lutador costuma agir por instinto, jamais com a razão. Quem entra numa luta entra pra ganhar – perder não é uma opção. Vale à pena estudar o adversário antes, vale à pena revisar nossos erros técnicos. Vale à pena rever nosso portfólio - tem tantas lutas que não foram ganhas porque ficamos inseguros demais para ganhar e cravamos nossa derrota; teve luta que ganhamos porque, a bem da verdade, o outro não era tão bom assim e só por isso parecemos ser superiores aos olhos alheios.
Ganhar ou perder não tem a ver com ser melhor ou pior. A gente tem que ser durão sim, e não se intimidar com o passado aparentemente invicto do adversário, mas se a gente usar o coração e enxergar o outro com respeito e afeto, tudo fica mais leve – quem luta de verdade jamais sobe no ringue pra brigar, e sim pra se divertir. Suar, gingar, fazer um jogo de pernas. Jamais ficar em posição em que nosso equilíbrio fique comprometido, nunca, jamais, dar um passo longo demais que desestabilize o nosso eixo. Saber mexer bem a cintura, saber manter o nível da respiração constante pra acompanhar o ritmo do oponente. Não se trata de apenas se defender o tempo inteiro - tem que ter agilidade pra prever os movimentos alheios, tem que ser flexível para se esquivar, tem que ser rijo o bastante pra que o golpe que entrar não te leve à lona de uma vez. É preciso ter serenidade pra que o baque do momento não te leve a nocaute.
Quem nunca apanhou na vida não tem a menor chance. A ingenuidade arruína a destreza de qualquer lutador. É preciso assumir riscos e tentar novos movimentos, mesmo que isso abra chance pro azar. Aquele que teme as cordas está fadado ao fracasso, mas quem já se apoiou nelas sabe que ali pode ser um bom lugar para virar o jogo. Todo lutador deve ser amigo das cordas, amigo da lona, amigo dos golpes – a diferença entre um vencedor e um perdedor é que o vencedor já perdeu e superou; o perdedor é aquele que teme a derrota.
Ter medo de se relacionar é natural e inevitável. Ninguém disse que esse jogo da vida seria muito fácil. Os nós dos dedos já estão marcados, a pele já está meio roxa, as pernas querem parar. As cicatrizes são inevitáveis e os minutos do relógio continuam correndo. Finalmente entendi que alguém sempre sairá machucado quando se trata de amar, mas neste momento de solidão tudo o que eu quero é apenas ver o round acabar, encerrar este jogo, baixar a minha guarda e cumprimentar meu oponente. Eu quero parar de lutar, pendurar minhas luvas e descer do ringue, para então, com muita leveza, sair por aí e dançar.
Ganhar ou perder não tem a ver com ser melhor ou pior. A gente tem que ser durão sim, e não se intimidar com o passado aparentemente invicto do adversário, mas se a gente usar o coração e enxergar o outro com respeito e afeto, tudo fica mais leve – quem luta de verdade jamais sobe no ringue pra brigar, e sim pra se divertir. Suar, gingar, fazer um jogo de pernas. Jamais ficar em posição em que nosso equilíbrio fique comprometido, nunca, jamais, dar um passo longo demais que desestabilize o nosso eixo. Saber mexer bem a cintura, saber manter o nível da respiração constante pra acompanhar o ritmo do oponente. Não se trata de apenas se defender o tempo inteiro - tem que ter agilidade pra prever os movimentos alheios, tem que ser flexível para se esquivar, tem que ser rijo o bastante pra que o golpe que entrar não te leve à lona de uma vez. É preciso ter serenidade pra que o baque do momento não te leve a nocaute.
Quem nunca apanhou na vida não tem a menor chance. A ingenuidade arruína a destreza de qualquer lutador. É preciso assumir riscos e tentar novos movimentos, mesmo que isso abra chance pro azar. Aquele que teme as cordas está fadado ao fracasso, mas quem já se apoiou nelas sabe que ali pode ser um bom lugar para virar o jogo. Todo lutador deve ser amigo das cordas, amigo da lona, amigo dos golpes – a diferença entre um vencedor e um perdedor é que o vencedor já perdeu e superou; o perdedor é aquele que teme a derrota.
Ter medo de se relacionar é natural e inevitável. Ninguém disse que esse jogo da vida seria muito fácil. Os nós dos dedos já estão marcados, a pele já está meio roxa, as pernas querem parar. As cicatrizes são inevitáveis e os minutos do relógio continuam correndo. Finalmente entendi que alguém sempre sairá machucado quando se trata de amar, mas neste momento de solidão tudo o que eu quero é apenas ver o round acabar, encerrar este jogo, baixar a minha guarda e cumprimentar meu oponente. Eu quero parar de lutar, pendurar minhas luvas e descer do ringue, para então, com muita leveza, sair por aí e dançar.
3 comentários:
Ainda bem que somos amigas, certo?rs
Certo, Ana, acho que só trato como luta as relações afetivas mesmo. Em termos de amizade, acho que nunca encarei ninguém como adversário... e quem nesta vida é?
Pendurar as luvas e dançar...
Hum! Falando mais no sentido abstrato do texto: na minha modesta opinião, voce já aprendeu a "bailar no ringue", (desde sempre) e na verdade sempre foi uma "bailarina", e como todas (os), suscetível a erros e acertos nos passos da vida. Beijo.
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