As palavras me faltam à mente quando tento expressar o que sinto de qualquer maneira mais objetiva. É um amontoado de sensações tão intensas, tão estranhas, que fico simplesmente olhando para o papel esperando que algo aconteça. De certa forma, não deixa de ser o que fazia também com minha vida: a observava passar, na esperança de que um sinal me fosse dado, me forçando a agir. Como posso então me ressentir da vida, que me trouxe todas as respostas?
Não reconhecia ao certo o que estava meu lado. Era de fato algo por que me encantei. Algo que me fazia sentir-me verdadeiramente especial. Fazia-me sentir escolhida, enquanto que hoje me parece que eu apenas escolhi, entre tantos sorrisos, aquele que mais me envaidecia. Talvez o que mais me doa hoje é ter de reconhecer que não fui feliz como achei que seria quando fizesse este tipo de escolha. Talvez porque a escolha tenha sido precipitada, e me resta simplesmente admitir que a intenção fracassou.
Após tanto tempo montando meu jardim, cobrindo-o de ricas sementes e flores de cores alegres e cheias de vida, é dolorida a sensação de fechar novamente as suas portas, simplesmente por não sentir mais orgulho dele. Talvez com o outono tenha chegado novamente a hora de um novo balanço, hora de nova semeadura em meio à estiagem, plantar novas flores e então torcer – torcer para que o sol esquente o tanto quanto for necessário para que estas novas sementes possam se aquecer, gerando farta e tão esperada colheita.
Um comentário:
Torço aqui, querida Nana, para o que quer que faça, que venha a fazê-lo bem. Que tudo o que ja merece ser, pois que seja de verdade, com a pureza do existir. E mesmo que não a conheçamos tão bem...tá tudo bem. Tanto faz.
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