quinta-feira, outubro 05, 2006

ORA, BOLAS!

Uma pausa em prol da paciência masculina: uma pausa no pensamento fortuito e complexo, deliberado e demasiado subjetivo que provém das cabeças femininas pensantes.

Abro hoje espaço pra desfrutarmos do outro lado da moeda.

Inaugurando uma seção de convidados, dou a palavra a um dileto amigo, homem papo-fácil, poeta das antigas e dono vitalício do cargo de Revelação do Ano.

Senhoras e Senhores, Elói Goes Rigout.


ORA, BOLAS!


“Pois é, em pensar que todos os nossos problemas estão nas bolas! Sim, em ti diletas bolas, que ao passo que nos fazem gozar um deleite ímpar, nos punge com uma dor de igual singularidade. Ora lágrimas de alegria; logo, de dor. Um dia, dóem-nos pelo excesso, outro pela escassez. Mesmo sendo patrão, não consigo entender-vos, queridas bolas!

Tu que conquistas casamentos à rodo hoje, amanhã és a culpada pela ação de divórcio litigioso - claro, pois, qual mulher traída hoje em dia se nos concederia tal separação sem antes arrancar tudo o que lhe fosse factível? Vês bolas?!? Tu nos custa muito dinheiro! E não obstante, continuas a fazê-lo.

Se nossas companheiras possuíssem o dom de entender-te (oh, bolas) tudo ficaria realmente mais fácil. Sim, porque nossas patroas pensam que traímos por gosto, de oficio, que traímos pelo puro prazer da perfídia, do pouco caso... Ahh se elas soubessem que há aí uma “coação moral irresistível” que nos infligi, todos os embates estariam solucionados, ou melhor dizendo, inexistiriam na verdade! A vida nos seria muito mais agradável, muito mais desfrutada. Viveríamos tempos de verdadeira paz! E cá pra nós, quem não gosta de viver em paz?

Ou quem sabe ainda atinassem que não são nossos olhos que olham para aquelas bundas deliciosas que caminham pela praia, numa linda tarde de verão, veladas apenas por um fiozinho que, diga-se passageiro, mais instiga que acalma! Sim, patroas! Não são nossos olhos que o fazem, ou se são, o estímulo/comando não vem do cérebro como de costume (ou como deveria vir) e sim das bolas! Isso mesmo, de nossas queridas bolas que, por desditas, não conseguem conter-se à menor provocação que se lhes fazem.

Ora, bolas! Somos capazes de controlar a fome, a sede, a fadiga, o sono (o sono é osso), mas não conseguimos controlar os ímpetos que vêm/emanam das bolas! Não sei de onde merda vem tanto poder, tanta força! É-nos praticamente incontrolável, irresistível! E aí de nós se não “apelarmos” antes de sair de casa, antes de ir para um barzinho, para uma balada, um forrozinho... (ahh um forrozinho, quantas danças já tive de negar por vossa causa). Não nos é possível nem conversar com alguma amiga que seja (ainda mais se essa estiver de saia e calcinha fio-dental... UI!) sem que a única coisa entendida de toda a prosa seja um: “Oi, quanto tempo!” É. Porque o resto de todo esse tempo é gasto em imaginações de cores, formas, posições, gostos, engole-não-engole, “GOD DAMN IT”!

Não é possível que não haja um jeito de controlá-las! Vivemos em função de ti (oh, bolas). De seu bem-estar, de sua comodidade, de saciar-te! Um modo deve haver de convivermos juntos em harmonia, em reciprocidade, sem mais vergonhas ou escusas esfarrapadas... Uma relação deveras!

Para mim: “that’s enough”! Porém, se não há remédio que nos cure, gozemos do mal que nos padece!”

Um comentário:

N. Ferreira disse...

Ainda bem que sabe né.